Logo Folha de Pernambuco

política

Pânico entre os democratas após debate desastroso de Biden contra Trump

Nas telas, Biden foi visto olhando fixamente, com a boca aberta, enquanto Trump, de 78 anos, falava

Apoiadores do ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump seguram cartazes enquanto aguardam o comício de campanha de TrumpApoiadores do ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump seguram cartazes enquanto aguardam o comício de campanha de Trump - Foto: Jim Watson / AFP

O presidente Joe Biden tenta se recuperar, nesta sexta-feira (28), do debate contra o republicano Donald Trump. Sua participação causou pânico entre os democratas e gerou murmúrios sobre se devem ou não manter a candidatura do octogenário para um segundo mandato.

O veredicto foi unânime e condenatório. Foi um "desastre político", que causou "consternação" dentro das fileiras do partido a pouco mais de quatro meses das eleições.

O confronto na quinta-feira à noite com Trump deveria ser uma oportunidade para Biden, de 81 anos, dissipar as dúvidas sobre sua idade avançada e sua aptidão para o cargo, além de retratar seu rival como uma ameaça existencial para a democracia americana.

O discurso do presidente, no entanto, foi hesitante. Em várias ocasiões ele se atrapalhou e pareceu perder o raciocínio. Como resultado, alguns democratas nos bastidores estão questionando se Biden deveria continuar sendo o candidato do partido, que tem até agosto para decidir.

Biden lutou durante 90 minutos para contrapor o estilo eloquente de Trump, que se mostrou enérgico e assertivo, apesar de grande parte de suas declarações sobre temas como economia e imigração serem falsas e enganosas. Os moderadores da CNN, que organizaram o debate, não o corrigiram.

Na tela, Biden foi visto olhando fixamente, com a boca aberta, enquanto Trump, de 78 anos, falava.

"Não foi um bom debate para Joe Biden", declarou Kate Bedingfield, ex-chefe de comunicações democrata da Casa Branca, à CNN, após o fim do confronto.

"Triste" 
Maria Shriver, membro proeminente da dinastia democrata Kennedy, fez uma declaração que mais parecia um lamento pelas esperanças de reeleição de Biden.

"Eu amo Joe Biden. Eu sei que ele é um bom homem", publicou na rede social X. "Esta noite foi triste em muitos aspectos (...) Há pânico no Partido Democrata".

Ambos os candidatos retomam a campanha eleitoral nesta sexta-feira: Trump com um comício na Virgínia e Biden na Carolina do Norte, ambos na costa leste do país.

Apesar das críticas ao seu desempenho, Biden insistiu que se saiu bem.

"Acho que fomos bem", disse. Ele atribuiu sua voz rouca a uma "dor de garganta" e acrescentou que, de qualquer forma, "é difícil debater com um mentiroso".

No entanto, a decepção entre os democratas é tão grande que há discussões nos bastidores sobre encontrar um novo candidato antes da convenção do partido em agosto.

O New York Times relata que os democratas, incluindo membros de sua administração, acompanharam o debate com preocupação, em meio a ligações telefônicas e troca de mensagens de texto "frenéticas".

Alguns também "discutiram em particular se é tarde demais para convencer o presidente a renunciar em favor de um candidato mais jovem", acrescenta o jornal.

Substituí-lo? 
Até o momento nenhuma figura democrata pediu publicamente a Biden que se retire, e a maioria segue a linha clara do partido de manter a fórmula existente.

"Nunca virarei as costas ao presidente Biden", disse o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que foi mencionado em várias listas como possível substituto.

"Não conheço nenhum democrata do meu partido que faria isso", disse Newsom aos jornalistas.

Analistas afirmam que forçar uma mudança seria politicamente complicado, e Biden teria que decidir se retirar para abrir caminho para outro candidato antes da convenção do partido.

A vice-presidente Kamala Harris defendeu lealmente seu chefe na quinta-feira, embora tenha reconhecido um "começo lento" de Biden no debate.

Veja também

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido
FAMÍLIA REAL

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido

Newsletter