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cazaquistão

Papa alerta para "efeito dominó" dos conflitos

Francisco também apelou para "proteger a dignidade" das mulheres e argumentou que "maiores papéis e responsabilidades devem ser confiados a elas"

Papa Francisco e presidente cazaque Kassym-Jomart TokayevPapa Francisco e presidente cazaque Kassym-Jomart Tokayev - Foto: Handout / Vatican Media / AFP

O papa Francisco alertou nesta quinta-feira (15) sobre o "efeito dominó" dos conflitos militares nas relações internacionais durante o encerramento de um congresso interreligioso no Cazaquistão, no qual líderes espirituais pediram "diálogo" aos líderes mundiais. 

“A paz é urgente porque qualquer conflito militar ou foco de tensão e confronto hoje só pode ter um desastroso efeito dominó e comprometer seriamente o sistema de relações internacionais”, declarou o pontífice argentino no VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, a capital cazaque. 

As 100 delegações de 50 países presentes na cúpula trienal, onde estiveram representantes do islã, do judaísmo e do budismo entre outras confissões, adotaram por maioria uma declaração que pede aos líderes mundiais "que abandonem toda a retórica agressiva e destrutiva que leva à desestabilização do mundo" .

"Estamos convencidos de que o desencadeamento de qualquer conflito militar, criando fontes de tensão e confronto, provoca reações em cadeia que alteram as relações internacionais", diz o documento de 35 pontos, que evita citar a Ucrânia. 

A declaração, assinada entre outros pelo grande imã de Al Azhar, a principal instituição do islamismo sunita, também apoia "a proteção da dignidade e dos direitos das mulheres, a melhoria de seu status social como membros iguais da família e da sociedade".

Dos cerca de 80 representantes religiosos sentados em uma mesa redonda no Palácio da Independência de Nur-Sultan, apenas meia dúzia eram mulheres. 

O papa também apelou para "proteger a dignidade" das mulheres e argumentou que "maiores papéis e responsabilidades devem ser confiados a elas".

“Quantas opções que levam à morte seriam evitadas, se as mulheres estivessem no centro das decisões! Vamos nos comprometer para que sejam mais respeitadas, reconhecidas e incluídas”, acrescentou. 

Desde sua eleição em 2013, Francisco trabalhou duro para aumentar o número de mulheres em cargos de chefia na Cúria, o governo do Vaticano, mas até agora nenhuma assumiu um dicastério, o equivalente a um ministério. 

Na manhã desta quinta-feira, o pontífice visitou a Catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Nur-Sultan, onde fez um discurso ao clero local, que o aplaudiu calorosamente.

Francisco deve chegar na quinta-feira por volta das 20h30 (15h30 no horário de Brasília) em Roma. Em seu voo de volta, ele dará a tradicional entrevista coletiva no avião papal.

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