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G7

Papa Francisco pede no G7 a proibição das "armas autônomas letais"

O papa descreveu a IA como um "instrumento fascinante e tremendo" e no seu discurso

Papa chega ao G7 para discutir os desafios da inteligência artificialPapa chega ao G7 para discutir os desafios da inteligência artificial - Foto: Mandel Ngan/AFP

O papa Francisco fez um alerta, nesta sexta-feira (14), contra o uso militar da inteligência artificial (IA) e pediu a proibição das armas autônomas letais, durante um discurso na cúpula do G7, que acontece no sul da Itália.

"Em um drama como o dos conflitos armados, é urgente repensar o desenvolvimento e o uso de dispositivos como as chamadas 'armas autônomas letais', a fim de banir a sua utilização (...) Nenhuma máquina, em caso algum, deveria ter a possibilidade de optar por tirar a vida a um ser humano", afirmou.

Os especialistas consideram a IA a terceira revolução no campo do equipamento militar, depois da invenção da pólvora e da bomba atômica, e temem que todos os tipos de armas, desde robôs a drones, possam ser transformados em sistemas autônomos regidos por algoritmos.

O papa descreveu a IA como um "instrumento fascinante e tremendo" e no seu discurso, que durou cerca de 20 minutos, alertou para os riscos associados ao seu uso, tais como "ma maior injustiça entre nações desenvolvidas e nações em vias de desenvolvimento, entre classes sociais dominantes e classes sociais oprimidas".

"E é exatamente aqui que a ação política é urgente", disse ele.

Em abril deste ano, uma conferência internacional na Áustria lançou um apelo à regulamentação de armas letais autônomas, ou "robôs assassinos", insistindo na "urgência" de fazê-lo face ao fracasso dos esforços diplomáticos e à rejeição por parte de potências como os Estados Unidos e Rússia a assinar um tratado para respeitá-lo.

O discurso do papa, a primeira vez que um chefe da Igreja Católica participa de uma cúpula do G7, mostra o interesse crescente do Vaticano nesta questão. Em 2020, o Vaticano lançou o "Chamado de Roma pela Ética em IA", assinado pela Microsoft, IBM, ONU, Itália e diversas universidades, que apela à transparência desta tecnologia e ao respeito pela privacidade.

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