INTERNACIONAL

Papa Francisco viaja a Marselha para defender os migrantes

Pontífice prestará homenagem aos migrantes mortos no mar perto da basílica de Notre-Dame de la Garde

Porto Velho (D) de Marselha e do Forte de Saint-Jean, com uma bandeira do VaticanoPorto Velho (D) de Marselha e do Forte de Saint-Jean, com uma bandeira do Vaticano - Foto: Christophe Simon/AFP

O papa Francisco viaja nesta sexta-feira (22) para Marselha (sudeste da França) para fazer mais um alerta sobre o drama dos migrantes no Mediterrâneo, em um momento de debate na Europa sobre a recepção de refugiados.

Os migrantes são uma prioridade para o pontífice, que expressa com frequência as tragédias que afetam essas pessoas.

“Esperamos palavras muito fortes do papa e que sua voz influencie muito mais que a nossa”, afirmam François Thomas e Sophie Beau, diretores da ONG SOS Méditerránée, com sede em Marselha e que resgataram migrantes no mar com o barco “Ocean Viking”.

A rota do Mediterrâneo, que Francisco chamou de "cemitério" em agosto, é considerada a mais perigosa do mundo. Mais de 28 mil migrantes desapareceram em suas águas desde 2014, durante tentativas de chegar ao continente europeu a partir da África, segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM).

O jesuíta de 86 anos prestará homenagem aos migrantes mortos no mar perto da basílica de Notre-Dame de la Garde (Nossa Senhora da Guarda), em um dos momentos mais aguardados da viagem.

Após uma oração na basílica, conhecida como "Bonne Mère" (Boa Mãe), Francisco visitará o memorial com vista para o Mar Mediterrâneo, que já contemplou em visitas anteriores, para pedir a colhida dos e migrantes.

"Não vem para culpar ou dizer aos Estados o que deve fazer. Ele afirma ser: responsáveis, há sofrimento", afirmou antes da viagem o arcebispo de Ajaccio (sudeste da França), François Bustillo.

A visita coincide com a chegada de milhares de migrantes há alguns dias à ilha de Lampedusa, o que obriga a União Europeia (UE) a adotar um plano para ajudar a Itália a administrar a rota migratória que começa no norte da África.

Boubacar (pseudônimo), que chegou a Marselha há 10 dias, registra as dificuldades que enfrentou antes de desembarcar em Lampedusa: "Passamos 24 horas no mar sem comer, sem beber, sem fazer as nossas necessidades".

E, agora, o adolescente da Guiné vive na rua, ao lado dos 30 de menores de idade não acompanhados.

Francisco afirmou que sua viagem à segunda maior cidade da França não é uma viagem oficial ao país. Sua finalidade é encerrar um encontro entre bispos e jovens do Mediterrâneo, que tem como principais temas as desigualdades, o diálogo inter-religioso e a mudança climática.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter