Papa lamenta morte de ambientalista assassinado em Honduras
O crime provocou uma forte comoção no país centro-americano e reclamações de organismos de direitos humanos do exterior
O papa Francisco lamentou, neste domingo (22), a morte do líder ambientalista hondurenho Juan López, assassinado na semana passada no nordeste de Honduras, e condenou "toda forma de violência".
"Soube com dor de que assassinaram Juan Antonio López em Honduras", declarou o pontífice argentino após a oração dominical dos Angelus na praça de São Pedro do Vaticano.
"Me uno ao luto de [sua] igreja e à condenação de toda forma de violência", acrescentou o papa, que identificou López como "delegado da Palavra de Deus, coordenador da pastoral social da Diocese de Trujillo e membro fundador da pastoral de ecologia integral em Honduras".
O líder ambientalista Juan López, de 46 anos, que estava na reta final em sua luta para fechar uma mina a céu aberto em Honduras, foi assassinado no sábado por matadores de aluguel que dispararam contra ele ao sair de um templo católico, em Tocoa, a 220 km ao nordeste de Tegucigalpa.
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O crime provocou uma forte comoção no país centro-americano e reclamações de organismos de direitos humanos do exterior.
"Estou perto de quem vem tendo seus direitos elementares pisoteados e de quem trabalha pelo bem comum em resposta ao clamor dos pobres e da terra", afirmou o papa.
López era um ferrenho opositor à exploração mineira a céu aberto em seu país e denunciou danos na reserva florestal de Botaderos, perto de Tocoa.
O crime evocou o caso caso da reconhecida ambientalista Berta Cáceres, assassinada em 2016 também em Honduras, um dos países mais letais para ativistas ambientais no mundo, segundo a ONG Global Witness.