Para frear variante delta, Pernambuco quer testar 10% da população até fevereiro; veja estratégia
O Governo de Pernambuco publicou, na edição desta quarta-feira (18) do Diário Oficial, a estratégia do programa Testa PE, que pretende ampliar a oferta de exames de Covid-19 para a população e frear a disseminação da variante delta, cujos dois primeiros casos locais no Estado foram confirmados na semana passada.
A expectativa do poder estadual é testar 10% de toda a população residente em Pernambuco até 28 de fevereiro de 2022, de forma gradual e escalonada [veja mais detalhes abaixo].
O Testa PE pretende ampliar o acesso da população à testagem da Covid-19 visando a detecção precoce de casos novos, bem como fazer com que a cadeia de transmissão do vírus seja quebrada a partir do isolamento dos casos novos detectados e da testagem dos contatos dos casos confirmados.
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O governo destaca, no texto do Diário Oficial, a importância de ampla testagem da população para a identificação antecipada de possível aumento do número de casos confirmados. O Estado acumula, até a terça-feira (17), um total de 601.076 casos confirmados e 19.188 mortes.
Mais transmissível, a variante delta provoca aumento de internações no Rio de Janeiro com cidades com leitos de UTI lotados e desperta preocupação no planeta fazendo países que já haviam flexibilizado regras sanitárias, como os Estados Unidos, darem alguns passos atrás nos planos de retomada.
Para alcançar a meta de 10% de pessoas testadas no Estado, o governo irá adquirir 1 milhão de testes rápidos de antígenos. De acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2020, Pernambuco tem 9.616.621 habitantes - portanto, os 10% previstos pelo programa correspondem a cerca de 961.662 pessoas.
O Testa PE foi antecipado pelo governador Paulo Câmara, na última sexta-feira (13). De acordo com o gestor, em entrevista à TV Globo Recife, o programa pretende garantir e mapear, em todo o Estado, a variante delta e outras para identificar eventuais aumentos de casos.
"Com a testagem em massa, como nós vamos fazer, vamos poder antecipar muitos casos e preparar mais um planejamento, justamente no intuito de salvar vidas", disse Câmara.
Saiba os detalhes da estratégia do Testa PE
A implantação do Testa PE será baseada em três eixos com atuação simultânea nos municípios.
No primeiro eixo, a estratégia prevê a ampliação da oferta de testagem rápida para Covid-19 com equipes de Saúde para o público sintomático, contato de caso confirmado e gestantes.
Os exames serão realizados nas Unidades Básicas de Saúde, centros de coleta e serviços de urgência e emergência.
No segundo eixo, será feita uma busca ativa de casos novos na população geral em locais com grande circulação de pessoas, como mercados públicos, terminais integrados, estações de metrô, centros comerciais, aeroporto, TIP, orla e parques.
Nesses locais, os testes deverão ser feitos por equipes volantes compostas por um técnico de enfermagem, um enfermeiro e uma pessoa responsável pela parte administrativa do processo.
No terceiro eixo, o Testa PE buscará ampliar a oferta de testagem para trabalhadores de serviços públicos, privados de utilidade pública e do terceiro setor por meio de parcerias.
Nessa etapa, o governo quer alcançar também grupos específicos, considerados mais vulneráveis para a Covid-19, como pessoas vivendo com HIV/Aids, população em situação de rua, indígenas, quilombolas, LGBTQIA+ e trabalhadores de serviços privados de utilidade pública, como motoristas de aplicativo e empresas de transporte urbano e taxistas.
Para alcançar a meta de 10% até 28 de fevereiro de 2022, o Governo do Estado estabeleceu etapas:
- até 30 de setembro de 2021, a meta é de 1,5% da população testada;
- até 31 de outubro de 2021, a meta é de 3% da população testada;
- até 30 de novembro de 2021, a meta é de 4,5% da população testada;
- até 31 de dezembro de 2021, a meta é de 6% da população testada;
- até 31 de janeiro de 2022, a meta é de 8% da população testada;
- até 28 de fevereiro de 2022, a meta é de 10% da população testada.
Os municípios receberão o quantitativo de testes correspondente a 10% da sua população residente, segundo as estimativas de população do IBGE.
Nesta primeira etapa, cada cidade receberá o quantitativo de testes referente a 2% de sua população.