Paralisia de Bell: conheça a doença que acomete o jogador de basquete dos Philadelphia 76ers
Condição é relativamente rara com menos de 150 mil casos por ano no Brasil, podendo acometer pessoas de todas as idades
O jogador de basquete, Joel Embiid, estrela dos Philadelphia 76ers, revelou que está com paralisia de Bell, uma doença caracterizada pelo súbito enfraquecimento ou paralisia dos músculos de um dos lados do rosto. O camaronês explicou que tudo começou dois dias antes do jogo contra o Miami Heat, no dia 17 deste mês.
"Acho que começou 1 ou 2 dias antes do jogo contra o Miami. Tive enxaquecas muito fortes, mas achei que não era nada, normalmente não gosto de checar, mas por alguma razão acabei precisando falar com alguém. É bem irritante, afeta o lado esquerdo do meu rosto, minha boca e meu olho. Tem sido difícil, mas não sou de desistir, então preciso continuar lutando independente de tudo. É uma infelicidade" disse Embiid durante a coletiva.
Durante o jogo de ontem, alguns torcedores mais atentos notaram que o atleta estava piscando apenas com o olho esquerdo e ficaram preocupados com o atleta.
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O que é a paralisia de Bell?
Também chamada de paralisia facial periférica, condição é relativamente rara com menos de 150 mil casos por ano no Brasil, podendo acometer pessoas de todas as idades. Também é improvável que ocorra mais de uma vez em uma pessoa e geralmente se resolve por conta própria em até seis meses, entretanto, a fisioterapia pode ajudar a impedir que os músculos se contraiam de forma permanente.
A condição é causada por uma inflamação do nervo da face, que é responsável por levar os comandos do cérebro até a região, permitindo os movimentos do rosto. Essa infecção pode ser ocasionada por infecções virais, como herpes e por condições imunológicas, em que o sistema de defesa do organismo acaba por atacar o próprio corpo.
Entre as reações da paralisia estão a perda de movimentos, o enfraquecimento da musculatura da face, dificuldade em realizar atividades corriqueiras como sorrir ou piscar e diferenças estéticas no rosto, já que um dos lados fica completamente relaxado, enquanto o outro se movimenta de forma normal.
Como esses sinais são muito parecidos com um início de AVC e de outras condições médicas de maior gravidade, é importante ir com urgência a um pronto-socorro para ser examinado e o profissional revelar o diagnóstico correto.
Sintomas
Além dessas manifestações já citadas, a paralisia de Bell pode ter sintomas iniciais mais simples como uma dor de cabeça, dores atrás dos olhos, problemas com a dicção, dificuldade em sentir o gosto e mastigar algumas comidas, salivação excessiva, levando o paciente a babar. Pode apresentar ainda um ruído alto no ouvido causando desconforto, condição chamada de hiperacusia.
Por ser uma condição que afete a aparência do rosto, um sinal claro de quem sofre de paralisia de Bell é a reclusão e o distanciamento de sua vida social com receio de sofrerem rejeição por seus semelhantes.
A maioria dos diagnosticados com a doença se recuperam completamente em um período de um a nove meses. São poucos os casos de sequelas ao longo da vida. É importante começar o tratamento precocemente, entre dois a três dias do início dos sintomas, pois garante um encurtamento da duração dos sintomas e diminui os riscos de sequelas.
Tratamento
Apesar da paralisia ter um tratamento natural, há caminhos que ajudem a diminuir o tempo de duração da doença, principalmente se ela começar nos primeiros dias de sintomas. A fisioterapia, por exemplo, é uma das opções mais recomendadas pelos médicos, pois ajudam a exercitar os músculos e nervos da face que estão infeccionados.
Os olhos também são uma região um pouco mais sensível no caso da paralisia, pois existe um risco de lesões oculares permanentes da córnea caso o olho fique excessivamente seco. Para isso, o aconselhado é usar lágrimas artificiais que ajudem a manter a área úmida.
Há também o tratamento com corticoides, caminho usado pela maioria das pessoas que são diagnosticadas com paralisia de Bell. Eles ajudam a reduzir o inchaço e melhoram as chances de se recuperar completamente. Medicamentos antivirais (por exemplo, aciclovir, valaciclovir) são por vezes utilizados em conjunto com glicocorticoides, especialmente quando a fraqueza facial é grave.