'Pare de culpar Rússia por todos os males', diz Kremlin à UE
O porta-voz do Kremlin pediu que a Europa 'caia em si'
Os líderes europeus devem parar de culpar a Rússia por "todos os males" - afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em um contexto de grande tensão envolvendo Belarus e Ucrânia.
"É do interesse da Rússia que a Europa finalmente caia em si e pare de considerar que a Rússia é responsável por todos os males", declarou Peskov.
Estas declarações surgem um dia depois de o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertar a Rússia sobre qualquer "aventura militar" na Ucrânia e nas fronteiras entre Polônia e Belarus.
Peskov se limitou a observar a multiplicação, "na Grã-Bretanha, de publicações histéricas (da imprensa)" e disse que "a Rússia não trava nenhuma guerra híbrida".
Segundo o porta-voz, o presidente russo, Vladimir Putin, deve se dirigir hoje às autoridades do Ministério das Relações Exteriores, uma intervenção que será "detalhada".
Leia também
• Putin estabelece uma 'ditadura' cada vez mais repressiva, diz fundadora de ONG russa
• Putin diz que Rússia não tem relação com a crise entre Polônia e Belarus
• Putin diz que erros europeus são os culpados por crise do gás
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os Estados Unidos, a França e a Alemanha denunciaram o reforço de tropas russas na fronteira leste com a Ucrânia, onde há uma guerra em curso contra separatistas pró-russos desde 2014.
Depois de ter tentado minimizar, nas últimas semanas, a magnitude do deslocamento russo em suas fronteiras, Kiev subiu o tom, por sua vez, nesta quinta-feira, e anunciou sua intenção de comprar armas de seus aliados ocidentais.
"A agressividade da Rússia aumentou consideravelmente nas últimas semanas", disse ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, em entrevista coletiva.
Neste contexto, acrescentou Kuleba, negocia-se com os países ocidentais "a conclusão de acordos sobre entregas suplementares de armas defensivas para o nosso país".
Além da situação na Ucrânia, alguns países europeus, com Polônia à frente, acusam a Rússia de estar por trás da crise migratória na fronteira com Belarus. O Kremlin rejeita a acusação e se apresenta como um mediador entre UE e Minsk.