Saúde

Parkinson: em feito inédito, cientistas interrompem progressão da doença em camundongos; entenda

A descoberta lançou uma nova luz sobre os principais processos celulares envolvidos na progressão da doença de Parkinson

O Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa O Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa  - Foto: Pixabay

Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC), em colaboração com colegas da Universidade de Cambridge e da Mission Therapeutics, realizaram estudos mostrando que a inibição de uma enzima específica em um modelo de camundongo é capaz de interromper a doença de Parkinson nos bichos. Isso porque ela protege os neurônios produtores de dopamina que normalmente são perdidos à medida que a doença progride.

Afetando cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, a doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa causada pela perda progressiva do grupo de células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que desempenha um papel crítico na regulação do movimento e da coordenação.

À medida que estes neurônios se degeneram e os níveis de dopamina diminuem, os indivíduos com doença de Parkinson apresentam uma vasta gama de sintomas, incluindo tremores, rigidez e dificuldades de equilíbrio e coordenação.

Os pesquisadores concentraram-se numa enzima chamada USP30. Em um modelo de camundongo projetado para não ter o gene que produz a enzima, eles observaram que a perda de USP30 protegia contra o desenvolvimento de doenças semelhantes ao Parkinson: sintomas motores, aumento da depuração de mitocôndrias danificadas nos neurônios e proteção contra a perda de neurônios produtores de dopamina.

“Nosso laboratório está focado em descobrir as origens da doença de Parkinson e esperamos que – um dia – seremos capazes de desacelerar ou até mesmo prevenir a progressão da doença nos pacientes”, disse Tracy-Shi Zhang Fang, autora principal do estudo e instrutora do Centro de Doenças de Parkinson e Distúrbios do Movimento do BIDMC.

As evidências sugerem que as células produtoras de dopamina morrem na doença de Parkinson porque algo deu errado com a eliminação das velhas e disfuncionais mitocôndrias das células – organelas que são a fonte de energia das células, às vezes chamadas de potência da célula.

Os cientistas, agora, querem fazer novas pesquisas para chegar em resultados mais conclusivos para os humanos. As descobertas, segundo eles, abrem porta para o desenvolvimento de novos remédios e terapias direcionadas à enzima que pode retardar ou prevenir a progressão da doença de Parkinson nas pessoas – uma grande necessidade não atendida.

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