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Parlacen empossa filhos de ex-presidente panamenho condenados nos EUA

Filhos de Ricardo foram empossados pelo Estado do Panamá como deputados suplentes do Parlacen

Ex-presidente do Panamá Ricardo MartinelliEx-presidente do Panamá Ricardo Martinelli - Foto: Mauricio Valenzuela/AFP

O Parlamento Centro-Americano (Parlacen) deu posse como deputados suplentes a dois filhos do ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli, apesar de terem processos em aberto em seu país e de terem cumprido pena nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro.

Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares "já foram empossados, assumiram o cargo para o qual foram eleitos com a formalidade que foi solicitada", disse nesta quinta-feira (17) Luis Eduardo Camacho, porta-voz do ex-presidente Martinelli, ao canal Telemetro.

Os filhos de Ricardo foram empossados pelo Estado do Panamá como deputados suplentes do Parlacen, durante sessão virtual realizada na sede desse órgão regional na Nicarágua.

Os irmãos "clamam pela posse" e "serão admitidos como deputados suplentes do Parlamento Centro-Americano", disse o presidente do Conselho de Administração da organização, o panamenho Amado Cerrud, durante ato realizado na noite de quarta-feira (16), de acordo com imagens de televisão.

O cargo oferece foro privilegiado, de modo que os filhos do ex-presidente não podem ser julgados na Justiça comum em seus processos em aberto por lavagem de dinheiro. Camacho negou que os irmãos estejam buscando imunidade.

"A suspeita está no fato de seu sobrenome ser Martinelli", afirmou o porta-voz.

Ricardo e Luis Enrique são acusados, junto com o pai, de lavagem de dinheiro para a construtora brasileira Odebrecht. Além disso, foram denunciados no escândalo conhecido como "Blue Apple" ("Maçã Azul"), um esquema de cobrança de propina para agilizar contratos durante o governo Martinelli (2009-2014).

Em janeiro, os dois cumpriram pena de dois anos e meio nos Estados Unidos pelo recebimento de US$ 28 milhões (em torno de R$ 137 milhões na cotação atual) em propina da Odebrecht.

Ambos foram eleitos em 2019 como deputados do Parlacen, mas nunca puderam tomar posse.

Em seu mandato na presidência, Martinelli tentou retirar o Panamá da entidade, pois, segundo ele, o órgão regional é "um covil de ladrões" que facilita a imunidade.

O Parlacen, cujas decisões não são vinculadas aos países que o compõem, é integrado por deputados da Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Panamá.

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