Parlamento da Hungria aprova entrada da Suécia na Otan; país foi o último a aceitar os suecos
Depois de meses de impasse e de objeções públicas à expansão da aliança, húngaros cederam e abriram caminho para a adesão do 32º membro da organização
O Parlamento da Hungria aprovou, nesta segunda-feira, a entrada da Suécia na Otan, derrubando o último obstáculo para a adesão do 32º membro da principal aliança militar do Ocidente. A decisão veio dias depois do premier Viktor Orbán se reunir com o chefe do governo sueco para aparar as últimas diferenças e para declarar que os dois lados "estão prontos para morrer uns pelos outros".
O projeto foi aprovado com 188 votos a favor e apenas seis contra — até agora, os húngaros vinham expressando uma firme oposição à entrada da Suécia na Otan. Pelas regras da aliança militar, a entrada de um novo país precisa ocorrer com o aval de todos os demais membros. Até o mês passado, os suecos contavam com a oposição também da Turquia, com quem Estocolmo também conseguiu resolver temas em aberto e obteve o apoio desejado.
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Com a Hungria, o sinal verde foi feito na semana passada, em visita de Orbán a Estocolmo, durante a qual os suecos concordaram com a venda de quatro caças Gripen aos húngaros. Durante o anúncio, o premier disse que, após as negociações finais, estava aberta uma "nova fase de cooperação entre a Hungria e a Suécia".
— Ser um membro da Otan significa que estamos prontos para morrer uns pelos outros. É baseado no respeito mútuo. Conduzir esse processo em um ritmo apropriado foi sábio — disse Orbán, na semana passada, ao lado do premier sueco Ulf Kristersson.
O próximo passo do processo é a ratificação pelo presidente interino da Hungria, László Kövér, e o envio da decisão ao governo dos EUA, que fará formalmente o convite para a adesão da Suécia à Otan. A candidatura oficial do país foi apresentada em 2022, em conjunto com a Finlândia, que já foi aceita na aliança em abril de 2023. A decisão dos dois países de quebrarem com uma neutralidade histórica foi diretamente relacionada à invasão russa da Ucrânia, iniciada há pouco mais de dois anos.