Parlamento venezuelano propõe 27 datas para eleições presidenciais em 2024
O documento com as propostas, assinado em um ato por líderes políticos e da sociedade civil, será entregue na sexta-feira
Uma consulta promovida pelo governista Parlamento da Venezuela vai propor à autoridade eleitoral 27 possíveis datas para as presidenciais deste ano, informou, nesta quarta-feira (28), o chefe do Legislativo, que questionou a parcialidade de uma possível missão de observação europeia.
O documento com as propostas, assinado em um ato por líderes políticos e da sociedade civil, será entregue na sexta-feira ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), única entidade autorizada a convocar eleições e acusada de servir ao chavismo.
Leia também
• Fiocruz: Pesquisa inédita analisa saúde sexual de venezuelanas migrantes no Brasil
• Ação de agências da ONU pretende empoderar refugiadas venezuelanas
• PF desarticula contrabando de ouro de terras indígenas venezuelanas
"Temos 27 datas e o Conselho Nacional Eleitoral fará as discussões técnicas para efeito da convocação e da elaboração do programa eleitoral", disse a jornalistas Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento e deste processo, iniciado em 5 de fevereiro.
Rodríguez chefia a delegação governamental no processo de diálogo com a oposição, mediado pela Noruega, e que acordou, em outubro passado, em Barbados, realizar as eleições no segundo semestre com observação da União Europeia e de outros atores internacionais.
"Este acordo é o desenvolvimento do acordo de Barbados e o substitui", disse o deputado. "Estão aqui todas as propostas: o senhor quer que as eleições sejam em 1º de maio, colocamos 1º de maio; que sejam em 8 de dezembro, colocamos 8 de dezembro, e que o Conselho Nacional decida".
Rodríguez explicou que foram processadas 500 propostas em 150 reuniões, que incluem garantias ao processo de votação e a atualização do registro eleitoral.
Sobre a União Europeia, disse que qualquer ator convidado é obrigado à "imparcialidade". "Você não pode ser observador e, ao mesmo tempo, pensar que pode ser tão abusador e tão grosseiro para se meter nos assuntos internos do país".
A UE - que já acompanhou as últimas eleições de prefeitos e governadores em 2021 - impôs sanções individuais a altos dirigentes do chavismo, incluindo Elvis Amoroso, chefe da autoridade eleitoral e antes controlador encarregado da inabilitação de candidatos opositores, como María Corina Machado.
As consultas serão mantidas para abordar outros temas como as eleições regionais de 2025, destacou Rodríguez, referindo-se ao mecanismo convocado em primeira instância como resposta à decisão dos Estados Unidos de restabelecer as sanções - suspensas após a reunião em Barbados - depois que a inabilitação de Machado foi ratificada.