Partido de premier do Reino Unido retira apoio a candidatos investigados por esquema de apostas
O chefe do escritório de dados do partido, Nick Mason, também está sendo investigado
O Partido Conservador do Reino Unido, liderado pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, suspendeu dois candidatos que concorreriam pela sigla nas eleições parlamentares convocadas antecipadamente para o dia 4 de julho, após acusações de que os dois — um deles um aliado próximo do premier — participaram de um esquema de apostas sobre a disputa eleitoral, da qual tinham informações privilegiadas.
Craig Williams, um assessor político próximo de Sunak, e Laura Saunders estão sendo investigados por um suposto esquema de apostas.
Williams teria feito uma aposta — algo costumeiro no cotidiano britânico — de 100 libras (R$ 687 na cotação atual), cravando que a data da próxima eleição seria em 4 de julho deste ano. Segundo apuração da BBC, Rishi Sunak convocou a eleição antecipada três dias depois.
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O assessor admitiu ter feito a aposta, mas recusou-se a confirmar se tinha informação privilegiada — algo proibido.
O papel exato de Saunders não foi detalhado, mas ela e o marido, Tony Lee, o diretor de campanha do Partido Conservador, também estão sob investigação da Comissão de Apostas. O chefe do escritório de dados do partido, Nick Mason, também está sendo investigado.
Saunders pretendia concorrer à vaga de representante do círculo eleitoral de Bristol North West, enquanto Williams sairia candidato em Montgomeryshire e Glyndwr, mas o próprio premier havia externado sua ira sobre a questão envolvendo os correligionários. Nesta terça-feira, uma fonte do partido ouvido pela BBC confirmou a retirada do apoio.
"Como resultado de investigações internas em curso, concluímos que não podemos mais apoiar Craig Williams ou Laura Saunders como candidatos parlamentares nas próximas eleições gerais. Verificamos com a Comissão de Apostas se esta decisão não compromete a investigação que estão conduzindo, que é justamente independente e contínua ", disse a fonte.
O escândalo é um fato político particularmente indesejável para os conservadores, em um processo eleitoral curto — com apenas cinco semanas de duração — e com perspectivas desfavoráveis.
Segundo as pesquisas eleitorais, o Partido Trabalhista, longe do poder desde 2010, está à frente, com intenções de voto que variam de 40 a 48%.
Os conservadores mantém índices mais baixos nas mesmas leituras, com cerca de 20% — algo que põe em risco até mesmo a posição do partido do governo como segundo mais votado, ameaçado pela extrema direita. O partido de direita Reform UK, liderado pelo eurocético Nigel Farage, já supera os 15% em algumas pesquisas. (Com AFP)