Partido de Putin propõe referendos de anexação em territórios ucraniaos ocupados pela Rússia
Partido do presidente pede que no dia 4 de novembro referendos possam anexar Donetsk, Lugansk,Kherson e Zaporizhzhia sejam anexadas
O partido Rússia Unida, do presidente Vladimir Putin, propôs nesta quarta-feira organizar em 4 de novembro referendos de anexação à Rússia nos territórios ucranianos ocupados pelas forças de Moscou.
"Donetsk, Lugansk e outras cidades russas poderão, finalmente, retornar a seu porto de origem. E o mundo russo, atualmente dividido por fronteiras formais, recuperará sua integridade", afirmou o secretário-geral do partido, Andrei Turchak.
Ele propôs como data o 4 de novembro, quando a Rússia celebra o Dia da Unidade Nacional, para recordar a revolta popular do século XVII que provocou a expulsão das forças de ocupação polonesas de Moscou.
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Turchak citou as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk (leste), cuja independência o governo da Rússia reconheceu antes do início da ofensiva, em 24 de fevereiro, e as regiões de Kherson e Zaporizhzhia, ocupadas em grande parte pelo exército russo.
"Vamos nos preparar para esta data", afirmou uma das principais autoridades nomeadas por Moscou em Kherson, Kirill Setremooussov, informaram as agências de notícias russas.
As tropas russas ocupam partes do território, em particular no sul da Ucrânia, incluindo a cidade de Kherson, que antes da intervenção tinha 280.000 habitantes.
Desde 2014, separatistas pró-Rússia controlam a maior parte das regiões de Donetsk e Lugansk.
Em março daquele ano, a Rússia organizou um referendo na Crimeia, península ucraniana que anexou após a votação, precedida por uma intervenção das forças especiais russas.
Nos últimos meses, as autoridades russas de ocupação na Ucrânia mencionaram diversas vezes a ideia de um referendo de anexação à Rússia, mas o governo Kherson afirmou na segunda-feira que a possibilidade de organizar tal votação era incerta, devido à contraofensiva que as forças ucranianas iniciaram na região.
A Rússia distribuiu passaportes russos entre os habitantes de alguns territórios ocupados na Ucrânia, algo que também havia feito nos últimos anos nos territórios do leste controlados pelos separatistas.