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Partido governante lidera legislativas na África do Sul sem maioria absoluta

Os resultados finais não são esperados antes do fim de semana, mas poderão obrigar o atual líder do ANC e presidente nacional, Cyril Ramaphosa, a procurar aliados para obter um segundo mandato

Eleitores esperam na fila na assembleia de voto da Escola Primária Intlonipho em Orange Farm, sul de Joanesburgo.Eleitores esperam na fila na assembleia de voto da Escola Primária Intlonipho em Orange Farm, sul de Joanesburgo. - Foto: Michele Spatari/AFP

O governante Congresso Nacional Africano (ANC) caminha para uma vitória nas eleições legislativa sul-africanas, mas perderia a maioria absoluta que ostenta desde o fim do apartheid, há 30 anos, segundo resultados parciais divulgados nesta quinta-feira (30).

Com 35% dos votos apurados até as 18h GMT, o ANC, do presidente Cyril Ramaphosa, liderava a contagem, com 42,3% (abaixo dos 57% de 2019), segundo a Comissão Eleitoral.

Atrás do ANC, aparecem o partido neoliberal Aliança Democrática (DA), com pouco menos de 25%, e o partido esquerdista Lutadores da Liberdade Econômica (EFF), com 9%, levemente acima do partido uMkhonto we Sizwe (MK), do ex-presidente Jacob Zuma, com 8%.
 

Os resultados finais não são esperados antes do fim de semana, mas poderão obrigar o atual líder do ANC e presidente nacional, Cyril Ramaphosa, a procurar aliados para obter um segundo mandato.

Se a tendência dos primeiros votos apurados se confirmar, será a primeira vez que o ANC recolhe menos de 50% dos votos desde as eleições democráticas de 1994, que marcaram o fim do apartheid.

“África do Sul à beira de uma mudança política”, foi a manchete da primeira página do jornal BusinessDay desta quinta-feira, sublinhando a natureza histórica que estas eleições poderiam ter.

O alto comparecimento dos eleitores levou ao fechamento tardio de alguns colégios eleitorais e indica uma participação “claramente acima” dos 66% registados em 2019, segundo a Comissão Eleitoral Independente.

Os 400 deputados eleitos vão nomear em junho o presidente para os próximos cinco anos. “Espero que o ANC perceba que não precisamos mais dele", disse à AFP o estudante Shaun Manyoni, 21.

“Sinceramente, precisamos de uma mudança neste país", desabafou durante a votação a contadora Sibahle Vilakazi, 25, da cidade de Durban.

“O MK está realmente tirando votos do ANC”, disse o professor de ciência política Siphamandla Zondi.

O ANC, que tem 230 deputados (57,3%), deve, no entanto, continuar sendo a maior bancada do Parlamento. Mas se ficar com menos de 50%, terá que buscar aliados para formar um governo de coalizão.

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