Partido opositor venezuelano denuncia "assassinato" de militante detido pelo regime de Maduro
"Ele foi assassinado após ter sido sequestrado por membros dos órgãos de segurança do Estado", diz comunicado
O partido opositor venezuelano Vontade Popular (VP) denunciou, nesta sexta-feira (25), o "assassinato" de um de seus militantes, que estava sob custódia policial.
"O Vontade Popular denuncia, de forma responsável e com profundo pesar, ao país e à comunidade internacional o assassinato de Edwin Santos pelas mãos do regime de Maduro", disse em nota a legenda, uma das principais da coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD), fundada pelo dirigente exilado Leopoldo López.
"Ele foi assassinado após ter sido sequestrado por membros dos órgãos de segurança do Estado", acrescenta o comunicado.
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Segundo o partido opositor, Santos estava detido na sede da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM), na localidade de Guasdualito (estado de Apure). Sua detenção não foi confirmada por autoridades, enquanto a organização reportou um "desaparecimento forçado". Segundo o VP, o corpo foi encontrado em uma ponte.
"Nos últimos meses, ele se manteve lutando por sua comunidade, denunciando a situação de colapso da ponte que liga Apure a Táchira. Foi nessa mesma ponte que ele foi encontrado sem vida na manhã de hoje", ressalta o comunicado.
"Sua mulher já reconheceu o corpo, mas não temos detalhes. Extraoficialmente, informaram que há cinco [marcas de] disparos, embora não tenhamos conseguido confirmá-lo", disse à AFP a dirigente Adriana Pichardo.
Leopoldo López publicou na rede social X uma foto do corpo no meio do mato. "Foi torturado até ser assassinado", afirmou. "Não descansaremos até que haja JUSTIÇA." O partido VP considerou o fato um "sinal claro" de "retaliação".
Edmundo González Urrutia, adversário de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, que denuncia uma fraude no pleito, pediu uma investigação sobre a morte do opositor. "Estou muito atento à investigação desse caso (...) A Venezuela quer e precisa da verdade", declarou nas redes sociais o ex-candidato à Presidência, exilado na Espanha.
A oposição venezuelana acusa o governo de Maduro de cometer crimes contra a humanidade. Em 2018, o partido opositor Primeiro Justiça (PJ) denunciou o assassinato de seu militante Fernando Albán, também sob custódia.
Após as eleições presidenciais, nas quais Maduro foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para um terceiro mandato (2025-2031) em meio a denúncias de fraude, a oposição e especialistas das Nações Unidas denunciaram uma "onda de perseguição" contra ativistas.
Cerca de 160 dirigentes e membros de partidos políticos estão detidos, acusados de planejarem derrubar Maduro, e 22 deles pertencem ao Vontade Popular, segundo a oposição.