CELEBRAÇÃO

Páscoa: conheça as 5 tradições mais incomuns ao redor do mundo

Algumas práticas têm raízes religiosas, enquanto outras se concentram na diversão ou na conscientização sobre assuntos diversos

Gregos arremessam vasos para celebrar a PáscoaGregos arremessam vasos para celebrar a Páscoa - Foto: Reprodução

Para os católicos, a celebração da Páscoa ocorre no auge da Semana Santa e comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Mas nem todos comemoram com esse objetivo: alguns aproveitam essa época para se reunir com a família e passar um tempo juntos, enquanto outros respeitam tradições antigas relacionadas à celebração da vida. Há também aqueles que se empolgam com a figura do "coelhinho" que distribui ovos de chocolate e presentes para as crianças.

Abaixo, confira cinco países que vivenciam a Páscoa de uma maneira diferente da que é habitual.

Austrália
Os coelhos são um dos símbolos mais conhecidos da chamada Páscoa comercial. Na Austrália, entretanto, a situação é diferente. De acordo com a National Geographic, os coelhos causaram danos ambientais consideráveis nesse país oceânico, sendo considerados por alguns especialistas como um dos casos de expansão mais rápida de mamíferos invasores da história.

Nesse contexto, em 1991, a organização Rabbit-Free Australia, comprometida com a conscientização e a erradicação dos milhares de coelhos selvagens na Austrália, iniciou uma campanha para substituir o icônico coelhinho da Páscoa pelo "Easter bilbie". O bilbie, um marsupial de orelhas longas da família das bandicoot, é nativo dos desertos australianos e tem uma semelhança física com os coelhos.

Com o estabelecimento do bilbie como o novo emblema da Páscoa da Austrália, as empresas e os varejistas australianos começaram a fazer chocolates, jogos e decorações inspirados no bilbie, adotando uma representação festiva mais condizente com o ambiente australiano e seus desafios ambientais.

Grécia
Como um país cristão ortodoxo, a Grécia comemora a Páscoa como um dos períodos festivos mais importantes do ano. Os gregos deixam de lado os típicos "ovos coloridos" e usam ovos vermelhos que têm um valor simbólico.

— Esses ovos, que na maioria dos casos são de galinhas locais e não de chocolate, são cozidos e tingidos de vermelho para representar o sangue de Cristo e sua ressurreição — diz Joseph Johnson Afthonidis, ator e artista grego que vive em Nova York, ao LA NACION.

Além disso, as crianças aprendem um jogo chamado 'Hail to the Egg' (Viva o Ovo), no qual dois participantes se revezam batendo suavemente a ponta de seu ovo vermelho contra o fundo do ovo de seu oponente. O ovo que não se quebra é considerado o 'ovo da sorte', abençoando seu dono pelo resto do ano.

Já durante a manhã do Sábado Santo, o tradicional "arremesso de vasos" acontece na ilha grega de Corfu, onde os gregos arremessam vasos, panelas, frigideiras e outros itens de cerâmica de suas janelas ou terraços. Há até mesmo aqueles que, antes de jogar os itens, enchem-nos de água e os jogam para fora, não apenas para quebrar o objeto, mas também para molhar aqueles que passam por baixo dele.

Com que finalidade? É incerto, alguns acreditam que simboliza o início da primavera, enquanto outros argumentam que tem a ver com o costume de fazer uma faxina para o novo ano litúrgico. Assista abaixo:

México
O México é um dos países mais católicos do mundo e, portanto, suas celebrações de Páscoa não podem ser desprovidas do fator religioso. No México, os dias da Semana Santa são vistos como uma oportunidade de se purificar do mal.

Em várias localidades, celebra-se a "queima do Judas", uma tradição que consiste em fazer figuras representando Judas Iscariotes - o discípulo que, de acordo com os Evangelhos, traiu Jesus Cristo em troca de 30 moedas de prata - e depois queimá-las ou explodi-las com fogos de artifício. Isso faz com que os membros das figuras sejam espalhados pelas ruas, e as crianças os recolhem como lembranças.

Em outro lugar, a cidade mexicana de Iztapalapa é palco de uma das mais movimentadas e elaboradas encenações da Paixão de Cristo do mundo. Diego Hernández, um mexicano de 30 anos que vive na Argentina, explica que essa tradição existe há centenas de anos e atrai mais de cinco mil pessoas que representam ou reencarnam os personagens bíblicos.

— Na verdade, essa era originalmente uma festa asteca celebrada na cidade nos tempos antigos e, mais tarde, se fundiu com a representação da Via Sacra para se tornar uma tradição quase obrigatória na região — diz ele.

Finlândia
Lá, as crianças se vestem como bruxas. De acordo com o site oficial do Ministério de Relações Exteriores da Finlândia, as crianças se vestem com roupas velhas coloridas e pintam sardas no rosto para ir de porta em porta, carregando galhos de salgueiro decorados com penas coloridas e papel crepom como símbolo de bênção para afastar os maus espíritos. Em troca dessas bênçãos, os menores recebem doces.

Além disso, quando batem nas portas da vizinhança, as "bruxinhas" recitam um canto tradicional de seu país que diz: "Virvon, varvon, tuoreeks terveeks, tulevaks vuodeks; vitsa sulle, palkka mulle", que traduzido significa: "Eu sacudo este galho para um ano novo e saudável, um galho para você, um presente para mim!"

África do Sul
Os sul-africanos têm um feriado bancário adicional que segue as festividades de domingo e é conhecido como "Segunda-feira de Páscoa".

A data foi oficialmente sancionada na década de 1990, quando o governo decidiu dar aos cidadãos um dia de folga extra para se divertirem com amigos e familiares, mas principalmente para se recuperarem das celebrações religiosas que tiveram no fim de semana.

Outro costume de Páscoa que eles têm lá é usar as roupas como símbolo do estado de espírito em que se encontram durante a Semana Santa.

— Geralmente, os cristãos usam roupas pretas na Sexta-feira Santa para comemorar o sofrimento e a morte de Cristo. No domingo de Páscoa, vamos à missa vestidos de branco, que representa o renascimento e a pureza — diz Amara Williams, que mora na Cidade do Cabo há 15 anos.

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