Passageiro de avião que colidiu com helicóptero em Washington fez post a bordo e exaltou patinadores
Casal de patinadores artísticos russos Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, campeões do mundo em 1994, foi o primeiro a ser identificado após a colisão
Vários membros da comunidade de patinação artística dos EUA e dois campeões mundiais russos estavam a bordo do avião com 64 pessoas a bordo que caiu em Washington após colidir com um helicóptero militar com três tripulantes, informaram veículos de imprensa americanos e russos nesta quinta-feira.
Um dos patinadores, identificado como Spencer Lane, fez uma postagem em sua conta no Instagram a bordo, enquanto a aeronave se preparava para decolar de Wichita, Kansas, para a capital.
O jornal NY Post e a revista US Weekly confirmaram que Spencer Lane era um dos passageiros do voo da American Airlines, operado pela PSA Airlines. Nas redes sociais, o jovem atleta publicou uma foto da asa do avião, com os dizeres "ICT - DCA", em referência aos aeroportos de partida e destino.
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Segundo o chefe dos Bombeiros de Washington, John Donnelly, provavelmente não há sobreviventes do acidente. Até agora, quase 30 pessoas foram retiradas as águas do rio Potomac, onde as aeronaves caíram após o choque. O aeroporto Ronald Reagan anunciou a suspensão de todos os pousos e decolagens.
— Neste momento, estamos passando de uma operação de resgate para uma operação de recuperação (dos corpos) — disse Donnelly.
"Estamos devastados por esta tragédia indescritível e mantemos as famílias das vítimas em nossos corações", disse em comunicado a Patinação Artística nos EUA.
O casal de patinadores artísticos russos Evgenia Shishkova, de 52 anos, e Vadim Naumov, de 55, campeões do mundo em 1994, foi o primeiro a ser identificado após a colisão, segundo o tabloide britânico The Mirror.
— Infelizmente, vemos que os tristes relatos foram confirmados. Nossos compatriotas estavam no avião — declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Acidente
Com 60 passageiros e quatro tripulantes a bordo, o voo 5342 da American Eagle (marca regional da American Airlines) vinha de Wichita, Kansas, e caiu no rio perto do Aeroporto Nacional Ronald Reagan após colidir no ar com o helicóptero militar enquanto se aproximava do aeroporto. Vídeos nas redes sociais mostram o momento do impacto das aeronaves.
Em um vídeo publicado no site da companhia aérea, o CEO da American Airlines, Robert Isom, expressou “profundo pesar” pelo acidente.
O helicóptero era um modelo Black Hawk, segundo uma fonte do Exército dos Estados Unidos que não revelou mais detalhes. O aparelho estava em um "voo de treinamento", segundo relato de por um porta-voz militar em uma mensagem publicada na rede social X pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth.
Na rede social X, o senador do Kansas Roger Marshall chamou o acidente de “pesadelo”.
Em um áudio dramático do serviço de tráfego aéreo, os controladores questionam repetidamente o helicóptero se tinha a visão do avião de passageiros e, pouco antes do acidente, pediram que passasse "por atrás" do avião.
"Acabo de ver uma bola de fogo, e ele desapareceu", disse um controlador a outro pouco depois do corte da comunicação com o helicóptero.
Fluxo de faíscas
Uma testemunha, Ari Schulman, contou que dirigia para casa quando viu o que descreveu como "um fluxo de faíscas" e algo parecido com fogos de artifício.
— Inicialmente, eu vi o avião e parecia que estava bem, normal. Estava no ponto de terra — declarou à rede americana CNN. — Três segundos depois estava completamente inclinado para a direita... Eu consegui ver a parte inferior, estava iluminado com um amarelo muito brilhante, e havia um fluxo de faíscas sob ele.
“Que Deus os abençoe”, afirmou o presidente Donald Trump em um comunicado. Algumas horas mais tarde, em sua plataforma Truth Social, o republicano escreveu que o acidente “deveria ter sido evitado”.
“Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer, em vez de perguntar se viram o avião. Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada”, escreveu Trump.
Previamente à informação de que a operação de resgate mudava para uma de recuperação de corpos, o chefe dos bombeiros de Washington afirmou em uma entrevista coletiva que quase 300 socorristas trabalhavam em "as condições extremamente difíceis" devido ao "frio, vento forte e gelo" no rio.
Na quarta-feira, a temperatura do rio era de 2,2 graus Celsius, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). Com essa temperatura, "a água fria elimina rapidamente o calor do corpo, o que pode levar ao choque térmico no primeiro minuto, a perda do controle muscular em 10 minutos ou hipotermia em 20 a 30 minutos", afirma o site do Serviço Meteorológico Nacional.
"Vamos permanecer no local pelo tempo que for necessário", afirmou a prefeita da capital americana, Muriel Bowser, em comunicado.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou que mobilizou “todos os recursos disponíveis para a Guarda Costeira dos Estados Unidos”.