Passeata pede justiça por suposto feminicídio que comove Argentina
Crime teria sido praticado pelo marido mulher; pais dele estariam envolvidos
Centenas de pessoas foram às ruas na Argentina, nesta segunda-feira (19), pedindo justiça pelo suposto feminicídio de Cecilia Strzyzowski, uma mulher de 28 anos desaparecida desde 1º de junho. O caso, que teve sete detidos, comove a província de Chaco em pleno processo eleitoral.
"Justiça por Cecilia", "Não estão sós", gritavam mulheres que acompanhavam a mãe da vítima, Gloria Romero, que junto com a avó, Mercedes, liderava a manifestação na cidade de Resistencia, a mil quilômetros de Buenos Aires.
"Isso precisa acabar. Chega de impunidade!", exclamou Romero diante dos manifestantes, que seguravam balões rosas, cor preferida de sua filha.
Os investigadores acreditam que Strzyzowski foi vítima de feminicídio. Seu marido, César Sena, de 19 anos, é acusado de ser autor do crime de "homicídio triplamente qualificado pelo vínculo, pela cumplicidade premeditada de duas ou mais pessoas e por ter ocorrido em um contexto de violência de gênero".
Os pais do jovem, Emerenciano Sena e Marcela Acuña, próximos do governador Jorge Capitanich, eram líderes de uma organização social e candidatos legislativos. Eles foram excluídos da eleição, porém, após serem presos por envolvimento no suposto assassinato.
Com o andar da investigação, detalhes macabros começaram a vir à tona. Suspeita-se que a mulher tenha sido morta e esquartejada. Foram encontrados restos queimados de uma mala com peças de roupa e anéis, que foram submetidos à perícia para verificar se pertencem a Strzyzowski.
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Um caseiro da residência dos Sena, onde a mulher entrou e de onde nunca saiu há 18 dias, segundo câmeras de segurança, declarou aos promotores do caso que a viu "amordaçada e viva" e depois disse que "levaram o corpo para um lixão".
O desaparecimento foi um golpe duro para o governador peronista Capitanich, figura forte da província, que buscará se reeleger nas eleições de setembro.