Logo Folha de Pernambuco

Notícias

Paz será possível após "desnazificação", "desmilitarização" e "neutralidade" da Ucrânia, diz Putin

Quase dois anos após início da ofensiva militar, presidente russo afirma que posições de suas tropas estão bem estabelecidas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin O presidente da Rússia, Vladimir Putin  - Foto: Gavriil Grigorv/ Pool / AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, nesta quinta-feira, que a paz com a Ucrânia só será possível quando Moscou alcançar seus objetivos de desmilitarizar e "desnazificar" o país vizinho — dois aspectos da ofensiva que o Kremlin vem reiterando desde o início da campanha militar, em fevereiro de 2022.

" Haverá paz quando alcançarmos nossos objetivos. Eles não mudaram. Eu vou recordá-los sobre o que falamos: a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia, e o status de neutralidade"  afirmou Putin, em uma rara declaração pública, durante sua entrevista coletiva anual em Moscou.

Quase dois anos após lançar sua ofensiva contra Kiev, o presidente russo assegurou que as posições do Exército russo no país vizinho — em províncias que a Rússia já considera parte do próprio território — e que as tropas melhoram suas posições a cada dia.

" Em quase toda linha de frente, nossas forças armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa"  detalhou o presidente, acrescentando que haveria 617 mil soldados russos combatendo no país vizinho.

Com a guerra assumindo o formato do que muitos especialistas chamam de impasse, sem que a Ucrânia consiga romper as duras linhas de defesa russas, e Moscou longe das tentativas iniciais de avanço contra Kiev e a parte mais a Oeste do território ucraniano, algumas partes estruturantes do conflito parecem estar mudando.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, viajou a Washington no começo da semana, em uma tentativa de garantir que o financiamento americano às forças armadas de seu país não sejam cortados. A frustração com a limitada contraofensiva lançada no 2º semestre deste ano contra as tropas russas ameaça o apoio ocidental, que espera resultados para respaldar a ajuda bilionária.

A ausência de um avanço constante, porém, não diminui a preocupação dos aliados da Otan com as futuras pretensões de Vladimir Putin, o que pode ser a garantia de um apoio prolongado. O secretário-geral da aliança ocidental, Jens Stoltenberg, afirmou, nesta quinta-feira, que há um "risco real" de Putin não limitar sua agressão apenas à Ucrânia, caso atinja seus objetivos.

"Se Putin vencer na Ucrânia, há risco real de que a agressão não vá parar por lá. Nosso apoio não é caridade, é um investimento em nossa segurança" disse Stoltenberg.

Seguindo em frente
A ajuda financeira e liberação de equipamento militar foi apenas uma das frentes de auxílio do Ocidente à Ucrânia desde o começo da guerra. Os EUA e seus aliados também impuseram uma série de embargos e sanções à economia russa, no que foi classificado por Moscou como uma "guerra comercial". Embora grandes redes tentam encerrado sua atuação no país do Leste Europeu, Putin disse estar confiante que o país tem capacidade de seguir em frente.

" [A Rússia tem uma] margem de segurança suficiente, [devido à] forte consolidação da sociedade russa, a estabilidade do sistema financeiro e econômico do país e o aumento das capacidades militares" disse Putin. "[Essa margem é] suficiente não só para sentir confiança, como também para avançar.

Ainda de acordo com o presidente russo, o país espera um crescimento do PIB de 3,5% para este ano, embora a previsão de inflação entre 7,5% e 8% sejam uma preocupação para o Banco Central.

No campo militar, Putin negou ter planos para uma nova convocação de reservistas, apontando que 486 mil soldados foram recrutados voluntariamente.

Veja também

Biden saúda "boa notícia" de cessar-fogo no Líbano a partir de quarta-feira
Biden

Biden saúda "boa notícia" de cessar-fogo no Líbano a partir de quarta-feira

Venezuela anuncia que vai rever relações com G7 por apoio a opositor
Venezuela

Venezuela anuncia que vai rever relações com G7 por apoio a opositor

Newsletter