PE: entidades médicas falam em inércia paralisante do governo e pedem ação contra a Covid-19
Crempe, Simepe e AMPE destacaram, entre outras coisas, a exaustão dos profissionais
Neste sábado (13), o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Associação Médica de Pernambuco (AMPE) e a Academia Pernambucana de Medicina (APM) divulgaram uma nota de repúdio ao negacionismo em relação à pandemia da Covid-19 e reforçando a necessidade da adoção de medidas efetivas para o enfrentamento do problema, ao qual classificaram como "uma crise nunca vista na história recente da humidade”.
Os órgãos lamentaram ainda a falta de uma coordenação nacional responsável. Disseram também não admitir a falta de leitos, insumos e equipamentos. "É hora de um esforço conjunto de todos, indistintamente”, diz o documento.
"Em nossa realidade, encontramos unidades municipais e estaduais em situações caóticas; o sentimento dos profissionais de saúde é de desalento e a sensação física, é a de exaustão. Os médicos se sentem impotentes em não conseguir socorrer, de forma adequada, os pacientes, vítimas da Covid-19”, continua.
O documento fala também em "um cenário politizado e a falta de medidas eficazes para conter a propagação do vírus” e pede vacinação urgente.
Os órgãos frisaram ainda que é importante o reforço nas campanhas educativas, mas que só isso não é suficiente. E elencaram medidas necessárias, como "ampliação da frota de transporte público, horários alternados de funcionamento das atividades produtivas afim de diminuir a circulação de indivíduos no mesmo momento; distanciamento social em ambientes públicos de saúde, estações de metrô, terminais rodoviários, salas de espera; linhas de crédito voltados à garantia do emprego, auxílio para subsistência dos vulneráveis, amplas medidas restritivas coordenadas em todos os estados da federação, entre outras”, exibe a nota, que finaliza com um chamado. "É tempo do governo, sair da inércia paralisante e adotar medidas que efetivamente, visem a preservação da vida!”
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Pernambuco vive um cenário de aceleração exponencial de casos da Covid-19, com ocupação elevada nos leitos destinados ao tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença.
Um decreto estadual foi imposto no final de fevereiro, com a proibição do funcionamento de serviços não essenciais aos finais de semana e entre às 20h e 5h nos dias úteis.
Também prevê o fechamento de parques e a proibição de comércio e atividades de lazer na praia, bem como o banho de mar, o que não vem sendo respeitado pela população.
Esse decreto se encerra na próxima quarta-feira (17), e o governador Paulo Câmara já sinalizou que pode haver prorrogação ou até medidas mais restritivas, a depender do curso da pandemia. Só na última semana, o número de notificações de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com suspeita de infecção pelo novo coronavírus, passou de mil.