Pediatra acusado de estupro de seis crianças é preso em Pernambuco
Foragido desde 2024, médico também foi denunciado pela sobrinha por abuso quando ela era criança em 1991
Fernando Cunha Lima, médico pediatra de 81 anos, foi preso em um imóvel alugado com a esposa no município de Paulista, em Pernambuco, na última sexta (7). A prisão foi realizada pela Polícia Civil da Paraíba.
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Ele era procurado desde novembro de 2024 por estupro de seis crianças que eram também pacientes do consultório dele em João Pessoa.
Ainda em novembro, o médico estava escondido na casa da filha, no bairro Casa Forte, no Recife.
Ele fugiu uma semana antes de a Polícia Civil ir até o local e realizar uma busca na residência.
“Ele se deslocou para a cidade de Paulista, pulou para diversos endereços, e hoje nos revelou que estava neste endereço já fazia alguns meses. Disse que não estava tendo contato com os familiares, apenas por telefone”, afirmou o delegado da Draco, Rafael Bianchi.
O médico foi denunciado em agosto do ano passado por uma mãe que estava no consultório e teria percebido que o médico havia tocado nas partes íntimas da filha.
Depois disso, outras vítimas também procuraram às autoridades para acusar o médico das mesmas práticas.
O homem nega os crimes e afirmou que não vai ficar preso porque é uma pessoa doente.
O acusado foi levado para a Central de Polícia, em João Pessoa, fez exame de corpo de delito e passará por audiência de custódia em Pernambuco.
A data de retorno à capital paraibana ainda não foi definida.
Em nota, a defesa diz que entrou com um habeas corpus contra o fato de a Polícia Civil ter levado o médico para João Pessoa. A Justiça entendeu que a audiência de custódia deve acontecer de fato em Pernambuco, local da prisão.
Ainda de acordo com a defesa, desde 21 de fevereiro, o médico pediu para ser preso e cumprir sua prisão no Recife por temer por sua integridade física e por ser o local onde mora a família.
Já o delegado Rafael Bianchi afirmou que o próprio médico pediu para ser levado para João Pessoa, porque preferia ficar perto da família, já que apenas uma filha mora no Recife.
Sobrinha relatou abusos na infância
Gabriela Cunha Lima, sobrinha do médico Fernando Cunha Lima, alegou ter sido violentada pelo tio em 1991, quando tinha nove anos em uma casa de praia dele em João Pessoa.
Ela não falou do ocorrido para os familiares por dois anos, apenas para uma prima.
"Ter um estuprador de criança a menos na rua é motivo de conforto. Você ter o seu estuprador na prisão depois de 33 anos é um motivo de alívio, de muito alívio", afirmou a sobrinha de Fernando Cunha Lima.
Na época, não houve uma denúncia formal, mas o fato ocasionou um rompimento familiar.
As sobrinhas do médico foram incluídas no processo como testemunhas, porque os crimes contra elas já prescreveram.