Logo Folha de Pernambuco

VIOLÊNCIA

Pedreiro preso por matar mulher que negou relação sexual diz ter agido em legítima defesa

O crime aconteceu na noite de 3 de outubro de 2021, há quase três anos

Coletiva na Polícia Civil sobre a prisão de homem acusado de feminicídio, em CamaragibeColetiva na Polícia Civil sobre a prisão de homem acusado de feminicídio, em Camaragibe - Foto: Júnior Soares / Folha de Pernambuco.

O pedreiro que foi preso, nessa quarta-feira (25), após matar uma mulher no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, alegou que cometeu o crime em legítima defesa. A corporação, no entanto, aponta que o delito aconteceu porque a vítima se negou a ter relação sexual com o indivíduo, que então prosseguiu a golpeá-la com um facão.

"O homem confessou que a golpeou, mas alega que foi desmoralizado. Ele disse que estava com ela em um bar, que ela bebeu da aguardente dele e, então, jogou o copo com a bebida na cara dele. Ele também afirmou que ela estava com uma chave de fenda, tentou golpeá-lo, e, então, a matou por golpes de facão", começou o delegado da Delegacia de Camaragibe, Carlos Couto.

 

"Isso, no entanto, não é o que aponta a investigação. Ele a atacou já em via pública, não deu chances de defesa para ela, e a golpeou tantas vezes que quase a decapitou. Ao chegar no local em que ela estava, ele também proferiu diversas ofensas e deixou claro que estava cometendo aquele crime porque havia sido rejeitado por ela, ainda no bar", completou.

O crime aconteceu na noite de 3 de outubro de 2021, há quase três anos. O homem foi identificado como José Pedro Salomão, conhecido popularmente como "Oliveira". Ele tem 57 anos e já é réu no sistema judiciário. Foragido, ele estava morando em Camaragibe há cerca de dois anos.

 

Coletiva na Polícia Civil sobre a prisão de homem acusado de feminicídio, em CamaragibeColetiva na Polícia Civil sobre a prisão de homem acusado de feminicídio, em Camaragibe // Júnior Soares / Folha de Pernambuco

Luciana Maria do Nascimento, 35 anos, foi assassinada com golpes de facão no rosto e no pescoço. A Polícia Civil de Pernambuco disse também que a vítima quase foi decapitada pelo homem e que foi morta "em razão de sua condição de sexo feminino", o que caracteriza o crime de feminicídio.

No dia do delito, Luciana estava conversando com uma vizinha, na rua Vinte e Oito, no bairro de São Francisco, quando o homem, que não teve a identidade divulgada, se aproximou. Ele, segundo a polícia, estava "visivelmente embriagado, sob os efeitos de álcool". Em seguida, desferiu os golpes no pescoço da mulher, enquanto desferia ofensas. O criminoso precisou ser contido por um terceiro para que o ato terminasse.

"Enquanto isso ele deixava bem claro que estava ali por conta da rejeição por parte da vítima e por sua condição de mulher. Outras pessoas tentaram intervir, mas não conseguiam. Só quando apareceu um conhecido do assassino que ele disse o respeitava e que pararia. Eles fez isso e foi embora", pontuou o delegado.

O homem só foi identificado e preso quase três anos depois do crime. De acordo com a polícia, a demora pode ter acontecido por conta de um problema no sistema.

"A gente conseguiu identificar que ele teria praticado o homicídio após ir a uma unidade médica depois de um acidente doméstico. Um fator preponderante para que não tenhamos achado ele antes é que o mandado de prisão expedido à época não estava disponível no Banco Nacional de Mandados de Prisão, provavelmente por erro do sistema. O indivíduo também mudou de casa, e era conhecido pelo apelido, o que também dificulta a localização", explicou o delegado.

O indivíduo responde por homicídio qualificado por motivo fútil sem chance de defesa da vítima e por feminicídio.

Veja também

Peregrinos e Lourdes: relação de fé, devoção e pertencimento
Cura

Peregrinos e Lourdes: relação de fé, devoção e pertencimento

Socorristas reportam mais de 60 feridos em área onde Hezbollah reivindicou ataque com drones
ATAQUE

Socorristas reportam mais de 60 feridos em área onde Hezbollah reivindicou ataque com drones

Newsletter