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Peixe-boi tratada em Pernambuco tem filhote em Alagoas

Com 12 anos, Luna deu à luz há cerca de vinte dias no rio Manguaba

Peixe-boi LunaPeixe-boi Luna - Foto: Arte: Folha de Pernambuco

Foi nas águas calmas do rio Manguaba, em Porto de Pedras (AL), que a peixe-boi-marinho Luna encontrou a tranquilidade que precisava para dar à luz seu primeiro filhote. A nova mamãe é uma adulta de 12 anos e a quarta fêmea a vivenciar a experiência materna após as peixes-bois Lua, Tuca e Áira. A boa notícia deixou os técnicos do Projeto Peixe-Boi, na Ilha de Itamaracá, Litoral Norte de Pernambuco, em festa: foi em um dos tanques do oceanário que Luna passou a sua infância sob cuidados veterinários até ganhar a vida livre na natureza. Itamaracá foi sua casa durante três anos, quando ela chegou em 2005 ainda com o cordão umbilical no ventre, após ser resgatada numa praia do Ceará.

Pouco se sabe sobre o filhote. Apenas que ele é um recém-nascido de 20 dias. Segundo o chefe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), Leonardo Messias, o manejo - para identificar o sexo, comprimento e peso, por exemplo - só poderá ser feito daqui a dois meses, quando ele estará mais independente. "Agora, não há condições de tirá-lo da água, pois quando recém-nascido, o filhote deve estar o tempo todo junto à mãe. É nessa fase que a mãe dá apoio para ele subir até a superfície da água para respirar", explica. O Cepene é um órgão vinculado ao ICMBio, responsável por administrar o Projeto Peixe-Boi.

Nos últimos 23 anos, tempo em que existe o programa de conservação de peixe-boi no Brasil, realizado pelo ICMBio, 44 mamíferos foram soltos na natureza, sendo 19 fêmeas. Mas, só quatro deram cria. Juntas, deram à luz a oito filhotes (com o de Luna), mas só seis conseguiram sobreviver. "Pode parecer pouco em 23 anos de programa, mas, ainda assim, é motivo para comemorar. Esse nascimento é um indicativo de que estamos no caminho certo no que diz respeito à conservação da espécie. Esse filhote, ao crescer, entrará em contato com outros mamíferos e, assim, a população vai crescendo", projeta o gestor.

A felicidade da equipe com o nascimento do primeiro filhote de Luna tem um porquê plausível, uma vez que o peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é o mamífero mais ameaçado de extinção do País. Para se ter uma ideia, a estimativa populacional para a espécie é de apenas 500 indivíduos distribuídos ao longo da costa brasileira. Os 44 mamíferos foram soltos na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, unidade de conservação situada entre os municípios de Tamandaré (PE) e Maceió (AL). Atualmente, este é o primeiro e único sítio de soltura em atividade no Brasil.

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