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Pênis ter crescido nas últimas décadas é positivo ou motivo de preocupação? Pesquisador explica

Estudo apontou aumento de em média três centímetros do órgão nas últimas três décadas, mas causas podem ser danosas à saúde

Imagem ilustrativaImagem ilustrativa - Foto: Pexels

No último dia 14, foi publicado um estudo de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, intrigou diversas pessoas ao mostrar que média do comprimento de um pênis ereto aumentou em 24% nos últimos 29 anos, passando de 12,27, em 1992, para 15,23, em 2021. Os responsáveis analisaram 75 estudos, com mais de 55 mil participantes, para chegar aos resultados. Mas afinal, essa mudança é algo positivo ou acende um alerta?

O professor de urologia da universidade Michael Eisenberg, um dos autores do trabalho publicado no periódico World Journal of Men's Health, falou sobre o assunto ao portal de notícias de Stanford, comentando possíveis causas da variação significativa no tamanho do órgão e o que as novas informações representam para a saúde masculina. Ele explica que uma das preocupações é porque outros indicadores têm piorado nos últimos anos.

Muitos estudos analisaram amplamente as mudanças na saúde reprodutiva masculina. Por exemplo, a contagem de esperma e os níveis de testosterona estão diminuindo há muito tempo. Há também taxas mais altas de defeitos congênitos masculinos, como hipospádia, em que a abertura da uretra não fica na ponta do pênis, e criptorquidia, em que os testículos não descem adequadamente. Outra medida que vimos relatada em algumas pesquisas de saúde masculina é o comprimento do pênis, e ninguém deu uma olhada sistemática nisso, explicou.

No ano passado, por exemplo, um estudo mostrou que a concentração de espermatozoides caiu mais da metade em todo o planeta nas últimas cinco décadas. O amplo trabalho, conduzido por uma equipe internacional e publicado na revista científica Human Reproduction Update, revelou ainda que a diminuição acelerou a partir dos anos 2000, para quase o dobro do observado no final do século anterior.

Porém, Eisenberg contou que inicialmente isso levou os cientistas a imaginarem que o pênis teria sido reduzido com o tempo, e não aumentado. Ainda assim, ele diz que isso não quer dizer que o resultado seja algo positivo, uma vez que qualquer mudança como a observada em um período tão curto de tempo é um sinal de alerta.

Qualquer mudança geral no desenvolvimento é preocupante, porque nosso sistema reprodutivo é uma das peças mais importantes da biologia humana. Se estamos vendo uma mudança tão rápida, significa que algo poderoso está acontecendo com nossos corpos (...) Pode haver vários fatores em jogo, como exposição a produtos químicos, como pesticidas ou produtos de higiene, interagindo com nossos sistemas hormonais. (...) A exposição a produtos químicos também foi apontada como uma causa para meninos e meninas entrarem na puberdade mais cedo, o que pode afetar o desenvolvimento genital, afirmou o especialista.

Em resumo, embora a população geral possa ter encarado o crescimento como algo positivo, o professor de Stanford não vê com bons olhos os achados do estudo. O olhar preocupado é acompanhado de outros cientistas independentes que avaliaram os resultados do novo trabalho.

No entanto, outros pesquisadores são mais céticos e avaliam que é preciso mais estudo para confirmar o crescimento. Para James Hotaling, urologista e especialista em infertilidade masculina da Universidade de Utah, pode ser que apenas o método de medição tenha mudado nos últimos 30 anos.

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