Pentágono restaura conteúdo sobre contribuição indígena crucial na Segunda Guerra Mundial
Retirada do conteúdo ocorreu após um memorando de fevereiro ordenar a "atualização digital"
O Pentágono anunciou nesta quarta-feira que restaurará em seu site a emblemática história dos codificadores navajos na Segunda Guerra Mundial, após sua remoção durante o governo de Donald Trump como parte de uma política contra iniciativas de diversidade.
"O departamento está restabelecendo o conteúdo sobre os codificadores navajos", informou à AFP, após a exclusão causar indignação entre esse povo indígena, especialmente entre descendentes dos homens cuja atuação na década de 1940 foi considerada decisiva para a vitória dos EUA na guerra.
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"Vejo isso como uma tentativa de apagar a história das pessoas de cor", disse a historiadora Zonnie Gorman, filha de Carl Gorman, um dos jovens navajos recrutados pela Marinha dos EUA em 1942 para usar sua língua como código de guerra.
Recentemente, páginas sobre o heroico papel dos navajos, fundamental para vitórias dos EUA no Pacífico entre 1942 e 1945, desapareceram dos sites do Departamento de Defesa e do Exército.
Os endereços foram alterados com a sigla "DEI" (Diversidade, Equidade e Inclusão), sugerindo que a remoção ocorreu por ordem executiva de Trump contra essas iniciativas na esfera federal.
A retirada do conteúdo ocorreu após um memorando de fevereiro ordenar a "atualização digital", eliminando informações que promoviam diversidade.
Após o ataque japonês a Pearl Harbor, cerca de 400 navajos se alistaram nas forças armadas dos EUA, que haviam concedido cidadania aos indígenas apenas duas décadas antes.
A remoção dessa história foi vista como "uma ameaça" e um "tapa na cara" do povo indígena, disse Gorman, destacando a ironia de que, antes da guerra, o governo federal punia estudantes navajos por falarem sua língua — que depois foi usada para confundir inimigos.
Nesta quarta-feira, parte do conteúdo foi restaurada nos sites do Departamento de Defesa e do Exército. Um porta-voz do Pentágono disse à AFP que "havia sido removido automaticamente", sem dar mais detalhes.