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Estados Unidos

Pequim acusa EUA de 'provocação' por incidente aéreo no mar do Sul da China

Secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu para Pequim estabelecer uma melhor comunicação com Washington

Vídeo feito pelo Comando Indo-Pacífico dos EUA por meio do Defense Visual Information Distribution Service (DVIDS) mostra um piloto de caça J-16 da China voando perto de um RC da Força Aérea dos EUA -135 135 aeronaves sobre o Mar da China MeridionalVídeo feito pelo Comando Indo-Pacífico dos EUA por meio do Defense Visual Information Distribution Service (DVIDS) mostra um piloto de caça J-16 da China voando perto de um RC da Força Aérea dos EUA -135 135 aeronaves sobre o Mar da China Meridional - Foto: DVIDS/AFP

O governo da China denunciou, nesta quarta-feira (31), uma "provocação" dos Estados Unidos, depois de um incidente na semana passada entre um caça chinês e um avião militar de vigilância americano sobre o Mar do Sul da China.

"Um avião de reconhecimento RC-135 entrou deliberadamente em nossa área de treinamento", afirmou em um comunicado Zhang Nandong, porta-voz militar chinês, e acrescentou que Pequim teve que enviar aviões em resposta para seguir e vigiar a aeronave americana.

"Estas manobras provocadoras e perigosas são a fonte dos problemas de segurança marítima", afirmou Mao Ning, uma porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, que instou os Estados Unidos a "cessar imediatamente estas perigosas provocações".

Horas mais tarde, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu para Pequim estabelecer uma melhor comunicação com Washington.

"Isso não faz mais que deixar em evidência por que é tão importante ter linhas de comunicação regulares e abertas, que incluam, de certo, nossos ministros da Defesa", disse Blinken à imprensa durante uma visita à Suécia, referindo-se ao seu colega de Defesa, Lloyd Austin.

Segundo Washington, a China recusou um encontro, nesta semana, em Singapura, entre Austin e seu homológo chinês, Li Shangfu. Uma negativa "lamentável", segundo Blinken, que enfatizou que "o mais perigoso é não comunicar e, consequentemente, ter mal-entendidos".

O ministério chinês da Defesa, no entanto, não confirmou nem desmentiu ter recusado tal convite.

O Pentágono informou na terça-feira que o piloto de um caça chinês fez uma "manobra desnecessariamente agressiva" próximo de um avião de vigilância americano que sobrevoava o Mar do Sul China na sexta-feira da semana passada.

"O piloto chinês fez uma manobra perigosa ao se aproximar muito do avião", insistiu Blinken nesta quarta-feira. "E nos últimos meses, houve ações similares não apenas conosco, mas também com outros países", acrescentou.

Um vídeo que teve o sigilo retirado mostra um avião de combate passando à frente da aeronave americana, que balança após a turbulência.

O Comando Indo-Pacífico (INDOPACOM) dos Estados Unidos informou na terça-feira que um avião chinês "voou diretamente à frente" e a menos de 400 pés (120 metros) de um RC-135, o que deixou a aeronave americana diante de uma série de turbulências.

"O RC-135 estava conduzindo operações seguras e de rotina sobre o Mar da China Meridional, no espaço aéreo internacional, em conformidade com o direito internacional", acrescentou o INDOPACOM.

Contexto aquecido
O incidente aumenta a tensão entre China e Estados Unidos, que enfrentam uma crise pelas divergências sobre Taiwan e após a detecção de um suposto balão espião chinês derrubado após sobrevoar o território americano este ano.

Para a diplomacia chinesa, o "envio frequente e por períodos prolongados de navios e aviões americanos para atividades de vigilância perto da China prejudica a soberania e a segurança nacional".

"A China continuará adotando as medidas necessárias para proteger de maneira firme sua soberania e segurança", acrescentou a porta-voz da diplomacia chinesa.

Tan Kefei, porta-voz do ministério chinês da Defesa, disse que Pequim dá "uma grande importância ao desenvolvimento das relações militares entre China e Estados Unidos", embora Washington seja "plenamente responsável pelas dificuldades atuais na comunicação entre os dois exércitos".

Lloyd Austin e outros altos responsáveis americanos estão trabalhando para reforçar as alianças com vários países asiáticos para fazer frente à influência chinesa, no entanto as duas potências trataram, ao mesmo tempo, de acalmar os ânimos. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que a relação bilateral deveria se acalmar "muito em breve".

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