Pernambuco deve debater terceira dose de vacina contra a Covid-19 em alguns grupos
Representante da Sociedade Brasileira de Imunizações em Pernambuco, o médico Eduardo Jorge disse, nesta quinta-feira (12), que há a possibilidade de alguns pernambucanos serem vacinados com uma terceira dose de imunizante contra a Covid-19.
"É uma questão polêmica, mas extremamente importante. Quando se vai atrás do que diz a ciência, do que está recomendando a OMS (Organização Mundial da Saúde), temos a certeza de que a imunidade de algumas vacinas cai com o passar do tempo. Precisamos acompanhar para ter a certeza da queda desses anticorpos e ver a relação da perda desses anticorpos com o risco de adoecimento”, disse ele, durante em entrevista coletiva.
Eduardo Jorge enfatizou, ainda, que, com a chegada da variante Delta, a prioridade é garantir a imunização de toda a população maior de 18 anos com as doses - no caso das vacinas administradas em duas doses, como a CoronaVac/Butantan, AstraZeneca/Oxford/Fiocruz e Pfizer/BioNTech.
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Estudos recentes apontaram que essa variante, identificada pela primeira na Índia, além de ser mais transmissível que a cepa original do coronavírus causador da Covid-19, também tem um potencial maior para escapar da imunidade produzida pelas vacinas. E que para aumentar o poder de defesa do organismo, é necessário estar com o esquema vacinal completo, ou seja, com as duas doses previstas.
“Porém, há alguns grupos especiais, como os idosos e os pacientes com imunodeficiência, que, em um cenário epidemiológico que aponte para diminuição da proteção (dos anticorpos) e um maior risco de circulação da variante Delta, precisaremos, sim, começar a discussão da revacinação com uma terceira dose. Reforço que vai depender do tipo da vacina que a pessoa tomou, do cenário epidemiológico e da certeza que toda a população (adulta) já tomou a segunda dose. Provavelmente, daqui para dezembro, estará em pauta”, finalizou.
Na quarta-feira (11), a Sinovac, farmacêutica responsável pelo desenvolvimento da CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, disse que os estudos apontam que a aplicação de uma terceira dose elevou em até cinco vezes os anticorpos na população com idades entre 18 e 59 anos e em até sete vezes nos maiores de 60 anos.
Já o Ministério da Saúde disse, recentemente, ter um estudo em andamento junto à Universidade de Oxford para analisar a necessidade de administrar uma terceira dose nas pessoas que receberam a CoronaVac.
A proposta dessa pesquisa, segundo a pasta, é avaliar a resposta imunológica não só com um reforço da própria CoronaVac, mas também com os demais imunizantes em uso no País, inclusive o da Janssen, que é utilizado em dose única. A previsão é que os resultados saiam em novembro.