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Pernambuco e Acre empatam como os dois estados que menos testam no País, diz IBGE

Profissional de saúde maneja amostra para teste de Covid-19Profissional de saúde maneja amostra para teste de Covid-19 - Foto: Thomas Kienzle/AFP

Entre estados que menos testam para a Covid-19 no País, Pernambuco aparece no topo da lista, empatado com o Acre. A informação está nos resultados do PNAD Covid para o mês de outubro, divulgados nesta terça-feira (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento trouxe dados sobre saúde, mercado de trabalho, comportamento da população durante a pandemia e outros indicadores. 

Pernambuco, por outro lado, alcançou 17,1% de taxa de desocupação de leitos. Esse é o maior percentual registrado desde o início da pesquisa, em maio. Além disso, o número de pessoas que não fez qualquer restrição de contato social mais que dobrou entre setembro e outubro, passando de 255 mil para 577 mil pessoas.

No Estado, 753 mil pessoas, ou 7,9% da população, fizeram algum teste para detectar Covid-19 do início da pandemia até o mês de outubro - o número é o mesmo do Acre como o estado que menos testou no país. Nos três meses anteriores, Pernambuco havia ocupado sozinho o último lugar nacional.

Através de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que 'desde o início da pandemia da Covid-19, Pernambuco tem investido fortemente na ampliação da oferta dos exames de biologia molecular (RT-PCR), considerado padrão ouro por identificar a infecção na sua fase aguda, quando há maior risco de transmissão. Esse trabalho permitiu a ampliação do público prioritário para testagem e o seguimento das etapas do Plano de Convivência".

No Brasil, 12,1% das pessoas fizeram teste para detectar o vírus em outubro contra 10,4% em setembro. No Nordeste, a proporção é ainda menor: 11,3%.

A PNAD Covid detectou que, em outubro, 99 mil pessoas a mais em Pernambuco disseram ter realizado algum tipo de testagem relacionada ao novo coronavírus em comparação ao mês anterior, quando o percentual de população testada no Estado foi de 6,8%. A quantidade de pessoas testadas tem crescido desde julho, quando a PNAD Covid divulgou dados sobre testagem pela primeira vez, mas não o suficiente para fazer Pernambuco sair da última posição pelo quarto mês seguido.

O aumento no número de testes também se refletiu em uma elevação nos resultados positivos: aproximadamente 1,6% da população do Estado disse ter testado positivo para o novo coronavírus em outubro, em comparação a 1,4% em setembro. No Brasil, o índice de positivados foi de 2,7% da população do país em outubro, frente a 2,3% no mês anterior.

Das 753 mil pessoas testadas em Pernambuco, 279 mil realizaram o swab, ou seja, com cotonete na boca e no nariz, e 69 mil (24,9%) tiveram resultado positivo. Já 352 mil fizeram o teste rápido com coleta de sangue através de furo do dedo e 58 mil (16,5%) testaram positivo, percentual inferior ao do mês de setembro, quando a proporção foi de 17,8%; enquanto 227 mil fizeram o teste de sangue com Covid por meio de veia no braço, sendo 60 mil (26,2%) com Covid confirmada. Uma pessoa pode ter feito mais de um tipo de teste. 

Assim como ocorreu desde que a PNAD Covid passou a incluir perguntas sobre testagem no questionário, em julho, as pessoas do sexo feminino foram mais testadas em outubro: 392 mil mulheres contra 361 mil homens. No entanto a proporção de mulheres testadas cujo exame deu positivo aumentou, passando de 53,6% para 56,3%. 

No recorte por cor ou raça, das pessoas que afirmaram ter feito o teste, 61,8%, ou seja, 465 mil pessoas, se identificam como preta ou parda. Eles também são seis em cada dez dos infectados, totalizando 95 mil pessoas. Os brancos, por sua vez, totalizam 280 mil testados e 60 mil com resultado positivo para Covid. 

Na distribuição por idade, a maior quantidade de pernambucanos testados está em idade de trabalhar - 432 mil pessoas de 30 a 59 anos, seguidas por 127 mil habitantes do Estado na faixa etária de 20 a 29 anos. Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 103 mil também fizeram testes para detectar o coronavírus, e 16 mil tiveram resultado positivo. 

Cai número de pessoas com sintomas conjugados de Covid-19

Em outubro, 23 mil pessoas (0,2% da população) tiveram sintomas conjugados de Covid-19 no Estado. Em setembro, eram 27 mil (0,3% da população). Os sintomas conjugados considerados pelo IBGE são três: perda de cheiro ou sabor; febre, tosse e dificuldade de respirar; febre, tosse e dor no peito. 

Dessa parte da população local que teve sintomas conjugados, 40,9% procuraram estabelecimentos de saúde em outubro, enquanto, em setembro, foram 58,8%. O levantamento também constatou que a proporção de pernambucanos com plano de saúde no mês de outubro (18,3%) ficou praticamente estável com relação ao mês anterior. Em maio, mês inicial da PNAD Covid, pouco mais de 2 milhões de pernambucanos tinham acesso à saúde suplementar; em outubro, era 1,75 milhão. 

Também em outubro, 248 mil pessoas (2,6% da população) apresentaram algum sintoma relacionado à síndrome gripal em Pernambuco, uma queda de 24,3% frente ao mês de setembro. Os sintomas gripais considerados nessa parte da pesquisa foram febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de cheiro ou de sabor e dor muscular. Os sintomas foram informados pelo morador e não se pressupõe a existência de um diagnóstico médico. 

De acordo com a pesquisa, a proporção de idosos vivendo em lares onde há pessoas com sintomas subiu de 20,6% em setembro para 28,4% em outubro. Entre as pessoas que afirmaram ter alguma doença crônica, 42 mil, ou 2,2% do total, testaram positivo para Covid.

PNAD Covid-19
As entrevistas começaram no dia 4 de maio, e estão sendo feitas, exclusivamente, por telefone, devido ao distanciamento social. Em Pernambuco, pouco mais de 7 mil domicílios, distribuídos por 137 municípios, são contatados por mês. Aproximadamente 120 servidores fazem parte da pesquisa no Estado. Para definir a amostra da pesquisa, o IBGE utilizou a base de domicílios que participaram da PNAD Contínua no primeiro trimestre de 2019 e selecionou aqueles com número de telefone cadastrado. Por mês, são realizadas, em Pernambuco, aproximadamente 1.750 entrevistas.

O IBGE informa também que a coleta de dados da pesquisa PNAD Covid-19 será realizada até 11 de dezembro de 2020. Com isso, estão previstas mais duas divulgações, referentes aos meses de outubro e novembro de 2020. O encerramento do ciclo da pesquisa está relacionado ao planejamento inicial de pesquisa de pulso de caráter temporário e à redução da sobrecarga dos informantes. Por se tratar de pesquisa realizada por meio de um painel fixo de domicílios, os mesmos informantes são selecionados para responder ao questionário todos os meses, o que naturalmente implica desgaste dos entrevistados. 

Os moradores que receberem o telefonema do IBGE sobre a PNAD Covid podem confirmar a identidade dos agentes de coleta por meio do site https://respondendo.ibge.gov.br/ ou do telefone 0800 721 8181, e informar matrícula, RG ou CPF do entrevistador. 

Confira, na íntegra, a nota da Secretária Estadual de Sáude:

Em relação à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) ressalta que, segundo o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela tem caráter de estatística experimental. A SES ratifica que, desde o início da pandemia da Covid-19, Pernambuco tem investido fortemente na ampliação da oferta dos exames de biologia molecular (RT-PCR), considerado padrão ouro por identificar a infecção na sua fase aguda, quando há maior risco de transmissão. Esse trabalho permitiu a ampliação do público prioritário para testagem e o seguimento das etapas do Plano de Convivência.

Atualmente, o Estado ocupa a quinta colocação no país entre os que mais fizeram esse tipo de exame, de acordo com a Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (Ivis), do Ministério da Saúde. Dos mais de 377 mil exames de RT-PCR realizados, 77% de toda a produção é oriunda da rede pública estadual, enquanto os demais foram feitos na rede privada. Juntando com os testes rápidos e sorológicos, já são mais de 761 mil testes realizados.

Para ampliar a oferta de RT-PCR, o Estado inaugurou, em agosto,  o novo parque tecnológico da unidade, com maquinário capaz de quadruplicar a capacidade de processamento do local. Além disso, o Estado mantém parceria com outros laboratórios, como o da Fiocruz PE e da Univasf/Petrolina, para reforçar a rede SUS. Todo esse esforço possibilitou, desde julho, a testagem para todos os casos com sintomas gripais, independente de graves ou leves, e, desde setembro, os contatos de casos confirmados, mesmo sintomáticos.

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