Pernambuco inaugura primeira fábrica de fardamentos de detentos em unidade prisional
Detentos dos regimes semiaberto e fechado receberão fardamentos do governo pela primeira vez
Em uma iniciativa inédita no sistema prisional de Pernambuco, foi inaugurada, nesta sexta-feira (26), a primeira unidade fabril dedicada à confecção de fardamentos para detentos.
A fábrica, localizada na Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS), em Caruaru, no Agreste, terá capacidade para produzir 280 mil peças anualmente, incluindo camisas, bermudas e calças.
O projeto do Governo do Estado tem por objetivo atender à demanda de 25 unidades prisionais, incluindo a recém-inaugurada unidade Policial Penal Leonardo Lago, no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife.
A fábrica ocupa uma área de 130m² e contará com a mão de obra de 40 pessoas privadas de liberdade (PPLs), que serão remuneradas e terão direito à remição de pena.
Os concessionados vão trabalhar das 8h às 17h, com intervalo para almoço.
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Os equipamentos, incluindo 29 máquinas de costura, quatro máquinas de corte e mesa de corte, foram doados pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
Até o próximo ano, o governo quer implantar cinco novas fábricas dos ramos têxtil e de artefatos de concreto no sistema prisional.
No setor de concreto, serão produzidos blocos que servirão para a pavimentação de espaços públicos.
Ressocialização
"O papel fundamental da Seap é a ressocialização, queremos devolver essas pessoas privadas de liberdade melhores para a sociedade, e o trabalho e o estudo são os melhores caminhos", afirmou o secretário Paulo Paes, destacando o compromisso da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização com a ressocialização dos detentos.
A Seap tem como meta ter, até 2026, 62% dos presos trabalhando ou estudando. A pasta também pretende ter todos os detentos do regime fechado e semiaberto fardados até junho do próximo ano.
Gerente da Plácido de Souza, Romero Timóteo destaca a importância da unidade fabril para a ressocialização dos detentos.
"É importante que as pessoas que cumprem pena na PJPS entendam que a criação da fábrica é uma oportunidade para que possam voltar para a sociedade com outro pensamento", pontuou.
Já o detento Bruno Serafim, de 28 anos, que está há três na unidade, expressou a sua gratidão pela oportunidade.
"Agradeço a todos por nos valorizar e acreditar que a gente tem jeito. Costumo dizer que a gente erra, mas é com os nossos erros que a gente aprende a consertar. Chegou o momento de escolher as coisas certas", disse.