investigação

Pernambuco: polícia cumpre mandados contra servidores suspeitos de desviar luvas na pandemia

Comissionados venderam os materiais para um hospital da rede privada e distribuidoras farmacêuticas

Delegados Paulo Furtado e Breno Maia detalharam o casoDelegados Paulo Furtado e Breno Maia detalharam o caso - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco cumpriu 13 mandados de busca e apreensão contra um grupo de servidores públicos do Estado suspeito de desviar 500 mil pares de luvas compradas pela Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE). 

O crime aconteceu durante a pandemia de Covid-19, em 2021, e os comissionados venderam os materiais para um hospital da rede privada e distribuidoras farmacêuticas. O prejuízo para o Estado foi de cerca de R$ 500 mil, enquanto o lucro do grupo envolvido gira em torno de R$ 370 mil.

A unidade médica envolvida está localizada no Recife, e não teve nome divulgado. As distribuidoras também não foram reveladas, mas têm sede na Região Metropolitana.

A investigação começou em 2022, quando a SES-PE pediu que a polícia apurarasse uma suspeita de desvio de pares luvas solicitados em um curto espaço de tempo.

Ao todo, seis servidores públicos foram identificados e exonerados ainda em 2022. Um dos suspeitos, inclusive, foi preso em flagrante nesta semana, por porte ilegal de munição de arma de fogo. Ao todo, 20 pessoas são investigadas. Dentre elas, representantes do hospital particular e das distribuidoras.

Esta é a segunda etapa da Operação Escamotagem. Na primeira fase, concluída em novembro de 2022, foram expedidos nove mandados de busca e apreensão e identificados os suspeitos, apontados pela própria SES-PE.

"Alguns funcionários da SES-PE forjavam a solicitação pelo sistema da própria pasta para unidades de saúde vinculadas à secretaria. Um motorista apanhava essas luvas e repassava para o grupo, que pulverizava a distribuição dos materiais. Ao chegar nas distribuidoras, as luvas desviadas iam para outras cidades do Estado", detalhou o delegado da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), Breno Maia.

Pelo que apontam as investigações, o hospital e as distribuidoras envolvidas não sabiam que os materiais haviam sido desviados. Ainda assim, no momento, eles respondem criminalmente por comprar os produtos sem nota fiscal.

"O que foi alegado é que essas empresas compravam as luvas porque esses materiais estavam muito caros durante a pandemia. Sem a nota fiscal, essas luvas ficavam mais baratas. Agora estamos investigando se essas distribuidoras e hospital particular sabiam que os materiais eram desviados", completou o delegado.

A Polícia apreendeu um cofre, dinheiro, celulares, um carro de luxo e munições. Também efetuou o bloqueio de contas e imóveis dos suspeitos.

A corporação investiga agora a possibilidade de desvio de outros materiais, como máscaras e álcool em gel, por exemplo, que estavam com alta demanda durante a pandemia. Também há a suspeita de que a lavagem tenha começado ainda em 2020, quando o surto de Covid-19 começou. 

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