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população quilombola

Pernambuco tem a quinta maior população quilombola do Brasil; são quase 80 mil pessoas, aponta Censo

Número corresponde a 0,87% da população total do Estado

Comunidade QuilombolaComunidade Quilombola - Foto: Reprodução/ Internet

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Em Pernambuco, 78.827 pessoas se consideram quilombolas, é o que aponta o levantamento feito pelo Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quinta-feira (27). O número corresponde a 0,87% da população total do Estado, que é de 9.058.155 habitantes, porcentagem superior à média nacional, de 0,65%.

Com isso, Pernambuco ocupa a quinta posição entre as maiores populações quilombolas do Brasil, atrás somente da Bahia, do Maranhão, de Minas Gerais e do Pará. Somados, os cinco estados concentram três quartos dos quilombolas do País.

População quilombola por unidade da federação brasileira. Crédito: IBGE

População está concentrada no Sertão e Agreste de Pernambuco
Os resultados do Censo mostram que 113 dos 184 municípios pernambucanos, ou 61,4% do total, registraram a presença de ao menos uma pessoa que se declarou quilombola. Esta população está por todas as regiões do Estado, com maior predominância no Agreste, no Sertão do Moxotó, no Sertão Central e no Sertão do São Francisco.

Os municípios de Pernambuco que mais registraram a presença de quilombolas em números absolutos foram:

- Custódia (7.744 pessoas);

Bom Conselho (6.473 pessoas);

- Garanhuns (5.938 pessoas);

- Santa Maria da Boa Vista (3.622 pessoas);

- Mirandiba (3.363 pessoas).

Já em termos proporcionais, a liderança ficou com Mirandiba, onde 23,74% da população total se declarou quilombola. Na sequência, estão Betânia (21,8%), Custódia (20,54%), Brejão (17,51%) e Itacuruba (16,6%), que completam o ranking de cinco cidades do estado com maior percentual de quilombolas em sua população. 

Do total da população quilombola pernambucana, 6.769 pessoas (8,59% do total) vivem nos 14 territórios quilombolas oficialmente delimitados do Estado, enquanto 72.058 pessoas que se declararam quilombolas (91,41% do total) vivem fora desses locais.

O conjunto dos territórios quilombolas oficialmente delimitados é composto pelos locais com alguma delimitação formal na data de referência do Censo 2022 - 31 de julho de 2022 -, conforme os cadastros do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e dos órgãos com competências fundiárias nos estados e municípios.

Por meio da metodologia aplicada, o Censo 2022 revelou a existência de habitantes que, apesar de residirem dentro dos territórios quilombolas, não se consideram como tais e, além disso, também identificou casos de domicílios ocupados por moradores quilombolas e não quilombolas. Em Pernambuco, por exemplo, das 8.772 pessoas que residem em territórios quilombolas, 77,17% se declararam quilombolas.

O território quilombola pernambucano com maior número de residentes é Conceição das Crioulas, em Salgueiro, no Sertão, com 2.370 pessoas, sendo que 888 delas, ou 37,7% do total, se declararam quilombolas. Já na comunidade de Timbó, em Garanhuns, no Agreste, dos 115 residentes, 100% se declararam quilombolas, a maior proporção entre todos os 14 territórios quilombolas do estado. 

A pesquisa mostrou também que 29.029 domicílios particulares permanentes ocupados em Pernambuco têm pelo menos um quilombola como morador. Nessas residências, vivem 90.450 pessoas, sendo que 78.827 se declararam quilombolas.

Outro dado apontado pelo Censo Demográfico 2022 foi que, enquanto a média de moradores por domicílio no Estado foi de 2,83 habitantes por residência, ao restringir a análise para apenas os domicílios com pelo menos um morador quilombola, a média sobe para 3,12 habitantes por residência.

Primeiros dados sobre população quilombola
Esta é a primeira vez que o Censo Demográfico divulga dados específicos sobre a população quilombola. Para contá-la, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pré-mapeou as localidades de conhecida ou potencial ocupação quilombola.

O trabalho foi feito por meio de acordos de cooperação técnica e consultas aos órgãos competentes municipais, estaduais e federais, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de consultas a lideranças locais e o apoio da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Os equipamentos de coleta dos recenseadores contavam com GPS e foram programados para, ao chegarem a estes locais predeterminados, automaticamente perguntarem aos moradores se eles se consideravam quilombolas. 

De acordo com o IBGE, além de saber quantos quilombolas existem no Brasil e onde eles vivem, o Censo vai permitir, à medida que os diversos recortes da pesquisa forem divulgados, o cruzamento de informações sobre suas características, seu acesso ao mercado de trabalho, dados sobre rendimento, acesso ao saneamento básico e características de domicílios.

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