Peru descarta existência de mercado ilegal de vacinas contra a Covid-19
O governo do Peru descartou nesta sexta-feira (14) a existência de um mercado ilegal de vacinas contra a covid-19 no país e descreveu os casos de idosos cuja imunização foi simulada com seringas vazias como acontecimentos "isolados".
"Não há sinal de mercado negro, as vacinas estão sob proteção policial", disse o vice-ministro de Saúde Pública, Gustavo Rosell, ao anunciar as conclusões de uma rápida investigação de seu ministério.
Durante uma coletiva de imprensa, ele ressaltou: "É muito, muito difícil as nossas vacinas chegarem ao mercado negro, não temos nenhuma perda até ao momento".
"Não há vínculo entre as pessoas envolvidas nas três denúncias [investigadas], são casos isolados", afirmou Rosell.
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A investigação começou em 11 de maio, após a divulgação de vídeos nas redes sociais que mostravam que seringas que seriam usadas para aplicar o imunizante a idosos estavam vazias.
Os três enfermeiros investigadas alegaram às autoridades que o ocorrido se deve a "erro humano, por distração", segundo o relatório. Os casos aconteceram nos dias 1º e 30 de abril e 9 de maio, em diferentes postos de vacinação da capital.
"Esta foi uma clara violação do protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde com um rigor que vimos em todos os lugares", disse o presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, ao comentar o caso na terça-feira.
As denúncias desencadearam versões sobre um possível mercado clandestino de vacinas com a participação de profissionais de saúde.
Segundo dados oficiais, o Peru já vacinou 2,2 milhões de pessoas com a primeira dose e 732 mil já receberam as duas necessárias, o que corresponde a 2,3% da população.
A campanha, que usa as vacinas dos laboratórios Sinopharm, Pfizer e AstraZeneca, começou em 9 de fevereiro com profissionais da linha de frente e, em 8 de março, teve início a vacinação dos idosos.
Mas o processo avança lentamente devido à escassez de doses e centros de vacinação. Atualmente os maiores de 70 anos estão sendo imunizados.
O Peru tem 33 milhões de habitantes e acumula mais de 65 mil mortes e 1,8 milhão de infecções por covid-19 nos 14 meses da pandemia.