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Peru

Pescadores protestam no Peru contra a Repsol dois anos após vazamento de petróleo

O vazamento ocorreu em 15 de janeiro de 2022, quando o navio "Mare Doricum", de bandeira italiana, descarregou petróleo na refinaria de La Pampilla

Bandeira do PeruBandeira do Peru - Foto: Reprodução/Internet

Dezenas de pescadores artesanais protestaram nesta segunda-feira (15) em frente à empresa espanhola Repsol, em Lima, marcando dois anos o vazamento de cerca de 12 mil barris de petróleo que contaminaram as costas do norte do Peru.

Com faixas contra a empresa petrolífera ("Repsol ecocida", "Repsol assassina", "O mar exige justiça"), os manifestantes reivindicaram a remediação do leito marinho e uma indenização financeira para cerca de 3.000 afetados.

“As praias estão contaminadas, não há repovoamento de peixes e não podemos trabalhar há dois anos”, disse à AFP Anthony Chumpitaz, presidente da Associação de Pescadores da praia Cavero, uma das mais impactadas pelo vazamento no distrito de Ventanilla, ao noroeste da capital .

Pelo menos 25 das 30 praias da região continuam contaminadas, segundo o Ministério da Saúde.

"Até agora não vimos uma remediação no leito marinho. O petróleo segue sedimentado. Queremos que seja retirado porque continua matando espécies", declarou o pescador José Llacuachaqui à AFP.

A Repsol, por sua vez, garantiu em comunicado recente que já realizou as tarefas de reparo: "A água do mar e as praias afetadas cumprem há muito tempo os mais altos padrões de qualidade ambiental e são adequados para o retorno das atividades turísticas e pesqueiras na área".

O vazamento ocorreu em 15 de janeiro de 2022, quando o navio “Mare Doricum”, de bandeira italiana, descarregou petróleo na refinaria de La Pampilla, na costa, 30 km ao norte de Lima.

O petróleo se manteve por águas e costas até 140 km ao norte da refinaria, resultando na morte de uma quantidade indeterminada de peixes, aves e mamíferos marinhos.

As atividades pesqueiras e turísticas na região foram prejudicadas desde o incidente, considerada a pior emergência ambiental já registrada no Peru.

De Londres, a firma britânica de advocacia Pogust Goodhead anunciou na quinta-feira que apresentou uma denúncia em um tribunal dos Países Baixos contra a Repsol, exigindo 1 bilhão de libras (6,19 bilhões de reais) de indenização por vazamento nas costas do Peru .

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