Coronavírus

Pesquisa avalia impacto da Covid-19 no pré-natal e pós-parto em grávidas pernambucanas

Paralisação de atendimentos ou medo de contaminação pode ter influenciado no tratamento das gestantes

Mulher gráviaMulher grávia - Foto: Pixabay

Pesquisadores do Hospital das Clínicas (HC), no Recife, irão analisar e avaliar como a pandemia de Covid-19 influenciou na saúde e na assistência prestada às mulheres e aos seus filhos na gestação e no pós-parto. Dados fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) sobre atendimentos hospitalares em todos os serviços de obstetrícia de Pernambuco serão usados pelo estudo. Segundo o Ministério da Saúde, grávidas incluem o grupo de risco da doença.

Serão analisados e comparados dados dos últimos cinco anos antes da Covid - de janeiro de 2015 a dezembro de 2019 - com os dados de janeiro a dezembro de 2020. A hipótese da pesquisa é que a gravidade da pandemia observada em gestantes pernambucanas (e em brasileiras, como sinalizam outros estudos em andamento) pode ter sido provocada pelas características agressivas da infecção sistêmica nos casos graves da doença causada pelo novo coronavírus. 
 

“Por sermos hospital de referência na gestação e parto de alto risco, recebemos nos plantões mulheres em estados clínicos agravados, mesmo sem o diagnóstico de Covid. Queremos analisar essa situação e comparar os dados atuais com o período imediatamente anterior à pandemia e determinar se as restrições do acesso aos serviços de saúde interferiram com os índices de morbidade e mortalidade maternas e perinatais”, explica a ginecologista e obstetra do HC Débora Leite, que coordena o estudo, também conduzido pelos médicos Elias Melo, Aline Maranhão e Dirce Santos.

Os pesquisadores do HC não descartam que o acesso inadequado ao pré-natal - seja por paralisação de serviços ou por medo das mulheres em comparecer ao atendimento para evitar contaminação pelo novo coronavírus - ou aos serviços de urgência podem ter impactado definitivamente na piora da assistência materno-infantil no período.

“Será importante investigar também essas causas que tangenciam a pandemia para que erros não aconteçam numa nova situação extrema, com a Covid ou outra doença. Essa análise poderá ajudar a definir quais estratégias devem ser adotadas no futuro. Entendemos que a assistência à gestante e ao recém-nascido são serviços essenciais a uma população”, finaliza Débora Leite. 

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