Aquecimento Global

Pesquisadores avaliam que limitar o aquecimento do planeta a +1,5ºC não será suficiente

Cenário é considerado otimista na atualidade, já que as emissões de gases de efeito estufa se mantêm em níveis recordes

Climatólogos da ONU avaliam que as políticas atuais levam o planeta a um aquecimento de 2,7ºC até o final do século.Climatólogos da ONU avaliam que as políticas atuais levam o planeta a um aquecimento de 2,7ºC até o final do século. - Foto: Martin Bernetti / AFP

Uma equipe de 50 pesquisadores alertou, nesta quarta-feira (31), que limitar o aquecimento do planeta a +1,5ºC permitirá frear a mudança climática, mas não evitará o sofrimento dos países em desenvolvimento.

Aproximadamente 200 milhões de pessoas nas regiões pobres ficarão expostas a um calor insuportável, e aproximadamente 500 milhões a um aumento de nível das águas, inclusive se o mundo chegar a respeitar esse aumento de 1,5ºC da temperatura média do planeta (em relação à Revolução Industrial), indicaram esses especialistas, em um estudo publicado na Nature.

Esse cenário é considerado otimista na atualidade, já que as emissões de gases de efeito estufa se mantêm em níveis recordes.

Os climatólogos da ONU avaliam que as políticas atuais levam o planeta a um aquecimento de 2,7ºC até o final do século.

A temperatura média na superfície do planeta já aumentou cerca de 1,2ºC desde a era pré-industrial, o que já é excessivo, segundo os autores desse estudo.

Os cientistas consideram que, para evitar que milhões de pessoas se vejam expostas a "danos importantes (...), o limite justo deve ser fixado em 1ºC ou menos" e a concentração atmosférica de CO2 - atualmente de 420 partes por milhão (ppm) - deve ser reduzida a 350 ppm.

"Estamos no Antropoceno, o que põe em perigo a estabilidade e a resiliência de todo o planeta", declarou Johan Rockström, autor principal do estudo, em alusão à nova era geológica marcada pelo impacto do ser humano no planeta.

Para o cientista, a Humanidade já ultrapassou seis das nove linhas vermelhas que afetam a saúde do planeta: o excesso de emissões de gases de efeito estufa, a aceleração da extinção das espécies, o excesso de nitrogênio e fósforo na atmosfera (por causa principalmente dos fertilizantes), o desmatamento, o excesso de uso de água potável e a onipresença de produtos químicos sintéticos.

Os autores do estudo pertence a Global Commons Alliance, uma coalizão de mais de 70 centros de pesquisa.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter