Saúde

Pesquisadores da Fiocruz consideram relaxamento no uso de máscara 'prematuro'

Boletim semanal sobre Covid-19 mostra queda nos indicadores, mas traz alertas dos cientistas

Máscara de proteção para Covid-19Máscara de proteção para Covid-19 - Foto: Christof Stache/AFP

Pesquisadores da Fiocruz consideram que o relaxamento das medidas protetivas que em acontecendo em diversas cidades do país, em especial a liberação do uso de máscaras, é “prematuro”, segundo o Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado nesta sexta-feira (11). 

“Flexibilizar medidas como o distanciamento físico ou o abandono do uso de máscaras de forma irrestrita colabora para um possível aumento de casos, internações e óbitos, e não nos protege de uma nova onda”, afirmam os pesquisadores, para quem as próximas semanas serão cruciais para compreender como serão os novos cenários da Covid-19 em relação à transmissão. 
 

Segundo eles, ainda é preciso observar o possível impacto do Carnaval sobre a curva de casos, que vem se mantendo em queda há quase 15 dias.  

Os dados referentes às duas últimas semanas epidemiológicas, de 20 de fevereiro a 5 de março, confirmam a tendência de queda nos indicadores de casos e mortes pela Covid-19. O documento aponta que houve uma diminuição de 48% no número de casos em relação às duas semanas anteriores e uma redução de 33% no número de óbitos. Entretanto, esses resultados ainda não incluem a avaliação do efeito do carnaval e da flexibilização do uso de máscaras.

Os dois anos de pandemia e as diversas variantes do SARS-CoV-2 “deixaram como legado para a ciência e a saúde o aprendizado de que é fundamental um esquema vacinal completo, incluindo a terceira dose, quando for o caso, para a maior proteção da população”.  

Com metade das mortes ocorrendo em pessoas com no mínimo 78 anos, que possuem maior vulnerabilidade às formas graves e fatais da doença, os pesquisadores da Fiocruz defendem a aplicação de uma 4ª dose, ou segunda dose de reforço neste grupo, seis meses após a terceira dose.  

Porém, ao mesmo tempo em que casos graves são mais concentrados nos idosos, cresce o percentual de pessoas mais jovens, principalmente de crianças, no quantitativo total de número de casos, como aponta o boletim. “A maior vulnerabilidade das crianças, provocada principalmente pela baixa adesão deste grupo à vacinação, compromete igualmente o grupo que se encontra no extremo oposto da pirâmide etária”, alertam.

Os dados relativos às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS obtidos entre 7 e 8 de março confirmam a tendência de melhora no indicador verificada nas semanas anteriores.  

As duas Unidades Federativas que se encontravam na zona crítica (taxas iguais ou superiores a 80%) no dia 21 de fevereiro saíram da zona de alerta (taxas inferiores a 60%), assim como os nove estados que estavam em zona de alerta intermediária e agora estão com índices abaixo de 60%.  

O único estado brasileiro com ocupação de leitos ainda em alerta foi Santa Catarina, que apresentou um aumento de 19 pontos percentuais, passando de 60%, em 21 de fevereiro, para 79% em 8 de março. 

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