Logo Folha de Pernambuco

EMAGRECIMENTO

Pesquisadores descobrem o ''interruptor'' da gordura marrom; veja o que isso significa

Bloquear a proteína AC3-AT pode ser uma estratégia promissora para combater a obesidade e problemas de saúde relacionados

Aumento da gordura na barrigaAumento da gordura na barriga - Foto: Pixabay/Reprodução

Um novo estudo publicado na Nature Metabolism parece ter descoberto como ativar a gordura marrom, também conhecida como tecido adiposo marrom. Esse tipo de gordura tem uma função especial: ajuda a queimar calorias dos alimentos que comemos e tem o potencial de ajudar a combater a obesidade.

Durante muito tempo, os cientistas pensaram que apenas pequenos animais como ratos e recém-nascidos tinham gordura marrom. Mas novas pesquisas mostram que um certo número de adultos mantém a gordura marrom ao longo da vida.

Como a gordura marrom é tão boa para queimar calorias, especialmente quando estamos expostos a temperaturas frias, como durante a natação no inverno ou na crioterapia, cientistas estão tentando encontrar maneiras de ativá-la com segurança, usando medicamentos que aumentem sua capacidade de produção de calor.

No novo trabalho, pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca e da Universidade de Bonn, na Alemanha, descobriram que a gordura marrom tem um mecanismo interno, até então desconhecido, que a desliga logo após ser ativada. Isto limita a sua eficácia como tratamento contra a obesidade.

A boa notícia é que a equipe descobriu também uma proteína responsável por esse processo de desligamento, chamada de "AC3-AT".

“Olhando para o futuro, pensamos que encontrar formas de bloquear o AC3-AT pode ser uma estratégia promissora para ativar com segurança a gordura marrom e combater a obesidade e problemas de saúde relacionados”, disse o primeiro autor do estudo, Hande Topel, pós-doutorando sênior na Universidade do Sul da Dinamarca e no Centro Novo Nordisk para Sinalização de Adipócitos, em comunicado.

Dois grupos de ratos foram alimentados com uma dieta rica em gordura durante 15 semanas, o que os tornou obesos. Mas um dos grupos teve a proteína AC3-AT removida geneticamente. Esses animais ganharam menos peso que o grupo controle e eram metabolicamente mais saudáveis.

“Quando investigamos ratos que geneticamente não tinham AC3-AT, descobrimos que eles estavam protegidos contra a obesidade, em parte porque seus corpos eram simplesmente melhores na queima de calorias e eram capazes de aumentar suas taxas metabólicas através da ativação da gordura marrom", disse Topel.

Esses animais também acumularam menos gordura no corpo e aumentaram a massa magra quando comparados aos ratos de controle.

"Como o AC3-AT é encontrado não apenas em camundongos, mas também em humanos e outras espécies, há implicações terapêuticas diretas para os humanos", pontua a coautora Ronja Kardinal, que é estudante da Universidade de Bonn.

Embora a prevalência da gordura marrom diminua à medida que as pessoas envelhecem, ela ainda pode ser ativada, por exemplo, pela exposição ao frio. Uma vez ativada, a gordura marrom aumenta a taxa de metabolismo destes indivíduos, o que pode ajudar a estabilizar a perda de peso em condições onde a ingestão de calorias é elevada.

Curiosamente, este estudo também identificou outras versões desconhecidas de proteínas que respondem à exposição ao frio, semelhantes ao AC3-AT.

"No entanto, mais pesquisas são necessárias para elucidar o impacto terapêutico desses produtos genéticos alternativos e seus mecanismos regulatórios durante a ativação da gordura marrom", diz o co-autor Dagmar Wachten, do Hospital Universitário de Bonn e da Universidade de Bonn.

De acordo com os autores, compreender estes tipos de mecanismos moleculares pode ser fundamental para o avanço da nossa compreensão de várias doenças e no desenvolvimento de novos tratamentos.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter