Peste Negra pode ter despertado vontade de fast food, diz estudo
Pessoas que consumiam dietas calóricas tinham mais probabilidade de sobreviver
A Peste Negra, doença que matou quase 60% da população europeia há sete séculos, pode ter sido a causa do amor pelo fast food, segundo especialistas. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, indicou que a praga alterou a composição do microbioma oral, deixando humanos modernos mais suscetíveis a doenças crônicas.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature Microbiology, apontou que pessoas ricas que comiam alimentos com alto teor calórico tinham maior probabilidade de sobreviver a esta pandemia mortal.
As mudanças na dieta e nos gostos causaram as alterações que, segundo a autora Laura Weyrich, “estão ligadas a uma ampla gama de doenças crónicas, incluindo obesidade, doenças cardiovasculares e problemas de saúde mental”.
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Cientistas analisaram os dentes de 235 pessoas que foram enterradas em 27 sítios arqueológicos na Inglaterra e na Escócia, de cerca de 2.200 a.C. até 1853 d.C. Eles chegaram a duas comunidades distintas de bactérias: uma dominada pelo gênero Streptococcus, mais comum nos microbiomas orais modernos; e outra pelo gênero Methanobrevibacter, considerada extinta em povos saudáveis.
As bactérias do grupo Streptococcus sobrevivem melhor em dietas ricas em açúcar e laticínios e pobres em fibras, características comuns nas dietas modernas.
"Nossa pesquisa sugere que os microbiomas orais modernos podem refletir mudanças passadas na dieta, resultantes da Peste. Este trabalho ajuda na nossa compreensão das doenças crônicas e não transmissíveis dos dias modernos",explicou Laura
A cientista afirmou que poucos estudos examinam a história dos microbiomas orais humanos em uma única população. Segundo a professora, descobrir as origens dos microbiomas atuais pode ajudar na compreensão e gestão de doenças em alta.
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