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INVESTIGAÇÃO

Petro associa líder dissidente das Farc a plano para matá-lo na Colômbia

Petro aposta em uma saída negociada para mais de seis décadas de conflito armado a partir de diálogos com todas as organizações ilegais

Presidente da Colômbia, Gustavo PetroPresidente da Colômbia, Gustavo Petro - Foto: Juan Barreto/AFP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, revelou nesta sexta-feira (9) detalhes sobre um plano para matá-lo "com franco-atiradores" e questionou um líder dissidente das Farc, com quem rompeu as negociações de paz, sobre sua possível participação em um atentado frustrado.

O ministro da Defesa confirmou na quinta-feira as informações que circulavam sobre um "atentado" contra o mandatário em 20 de julho, durante a comemoração da independência do país, embora tenha se recusado a dar mais detalhes.

"Eu perguntaria a 'Iván Mordisco' se é verdade que ele se aliou à autodenominada 'Nova Junta do Tráfico de Drogas', com sede clandestina em Dubai, de onde cometem crimes, para me matar com atiradores pagos", disse Petro na rede social X.

"Iván Mordisco" é o líder de um grupo de dissidentes do Estado-Maior Central (EMC) desde que abandonou as negociações em abril, enquanto outra facção do grupo armado ilegal continua negociando com o governo.

Segundo o presidente colombiano, "este caminho não é uma das bandeiras vermelhas que utiliza", acrescentando que "é hora de desmantelar negócios ilícitos e estabelecer a paz com o povo" colombiano.

Petro citou em sua mensagem um artigo da rede de televisão americana Univision em que é revelada uma conversa sua por WhatsApp com o presidente de notícias da emissora, Daniel Coronell.

Descoberta do plano
O embaixador dos Estados Unidos "me chamou de lado e me mostrou um papel com planos onde seriam colocados atiradores (...) para me matar durante o desfile militar", diz Petro na conversa.

Ele já havia endurecido o seu discurso contra Mordisco, a quem classifica como traficante de drogas, no país que mais produz cocaína no mundo.

De acordo com versões da imprensa sobre a 'Nova Junta do Tráfico de Drogas' é uma organização que cometeu crimes entre 1990 e 2010 à sombra de grandes cartéis colombianos agora dissolvidos.

Seus líderes teriam retornado após a extradição, alguns deles se estabeleceram em Dubai e retomaram o grupo.

Negativa
Em um comunicado divulgado nesta sexta através de uma conta no X associada à dissidência de Iván Mordisco, a guerrilha garantiu que não tem "nem ideia do que é ou se existe a tal Nova Junta do Tráfico de Drogas" denunciada por Petro.

"Se algo acontece em Dubai, os agentes gringos devem estar por trás, não a gente", acrescenta.

Petro aposta em uma saída negociada para mais de seis décadas de conflito armado a partir de diálogos com todas as organizações ilegais.

O primeiro presidente de esquerda do país denunciou ameaças de morte em diversas ocasiões, em um país que registrou cinco candidatos presidenciais assassinados durante o século XX.

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