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Temporal

Petrópolis: Cruzes em homenagem a vítimas de fevereiro são arrastadas em novo temporal

Cidade Imperial passou por nova tempestade na tarde deste domingo (20)

As 233 cruzes que simbolizavas as vítimas da tragédia em Petrópolis foram levadas por novas chuvasAs 233 cruzes que simbolizavas as vítimas da tragédia em Petrópolis foram levadas por novas chuvas - Foto: Reprodução / Vídeo / Twitter

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A nova enchente em Petrópolis após o temporal deste domingo (20) não perdoou nem a homenagem feita às vítimas da chuva do dia 15 de fevereiro. Na semana passada, quando a tragédia completou um mês, moradores fizeram uma homenagem colocando 233 cruzes, em alusão ao número de mortos, na Praça da Águia, no Centro da cidade, além de uma coroa de flores. Com a enxurrada de ontem, elas foram arrancadas e arrastadas pela força da água, sendo filmadas por moradores. Uma das vítimas que perdeu parentes e a própria casa lamenta a nova tempestade e os efeitos devastadores para a cidade. No novo temporal, deste domingo(20), já confirmaram cinco mortes e quatro desaparecidos.

A própria Praça da Águia foi completamente destruída no temporal ocorrido há pouco mais de um mês. Na ocasião, a quantidade de água e lama acumulada no local foi tanta, que um corpo dentro do chafariz só foi localizado na tarde do dia seguinte à chuva, no dia 16, quando equipes de limpeza foram retirar os dejetos. O local, onde ficam as sedes da Câmara Municipal de Petrópolis e da Secretaria Municipal de Educação, havia sido completamente reformado após o temporal, com a colocação de um novo gramado e plantas de ornamentação. Por isso foi escolhido como o ponto da homenagem do último dia 15, quando a tragédia completou um mês.

Uma das presentes ao evento foi a dona de casa Jussara, que perdeu dois filhos, a irmã e dois sobrinhos, no deslizamento que destruiu sua casa, na Chácara Flora. Morando de aluguel em outro local, ela conta que passou a noite em claro com o temporal de domingo, sentindo toda angústia vivida em fevereiro passado, mais uma vez.

"Não dormi essa noite. E aposto que quem passou pelo que eu passei também pasosu essa noite acordado. Tudo que eu vivi, a casa caindo, ficar soterrada, aquela angústia e a morte pela frente, tudo isso na minha cabeça. Acho que nunca mais vou dormir quando chover. Fiquei sabendo agora de manhã pelos grupos de WhatsApp que lá embaixo (Centro) encheu tudo e as cruzes foram arrastadas. É muito triste isso", afirmou.

No dia da cerimônia, amigos e parentes das vítimas soltaram balões e fumaça brancos e fizeram 233 segundos de silêncio. Na ocasião, uma faixa com a frase 'Seguimos... sem jamais esquecer' foi colocada na fachada da Secretaria de Educação, também para relembrar as buscas aos então quatro desaparecidos.

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