PF faz operação contra tráfico internacional de armas que seriam vendidas a facções do RJ
Organização seria responsável por uma carga clandestina de 180 fuzis desmontados que saiu do Paraguai
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (2), a operação Conexão Guarani, que visa a desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico internacional, comércio clandestino de armas de fogo de uso restrito, lavagem de capital e evasão de divisas. A quadrilha seria responsável por uma carga clandestina de 180 fuzis desmontados que saiu do Paraguai e deveria ter como destino final o Rio, onde seria vendida para facções criminosas.
Os agentes cumprem seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Seguro (BA), Feira de Santana (BA) e Foz do Iguaçu (PR), e realizam o bloqueio de bens dos investigados em um montante que pode chegar a dez milhões de reais. As medidas judiciais foram deferidas pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio.
As investigações da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico Internacional de Armas (Delepat) começou depois de a imprensa paraguaia divulgar a apreensão da carga de fuzis no Aeroporto Internacional Guaraní, na região metropolitana de Ciudad del Este, Paraguai, em 18 de março de 2020.
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As armas estavam em um avião que havia partido de Miami, nos Estados Unidos, faria uma parada no aeroporto paraguaio e por fim chegaria ao Rio. Para ludibriar a fiscalização e o policiamento, a organização criminosa registrou o conteúdo da carga como distinto do que era efetivamente transportado e atribuiu a propriedade dela a um “laranja” — uma pessoa que não tinha conhecimento sobre o fato criminoso.
Também participaram das investigações a Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (FICTA), composta por integrantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública e supervisionada pelo Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da Polícia Federal; a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos; a Adidância da Polícia Federal no Paraguai; e outras entidades nacionais e internacionais.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de armas (art. 18 da Lei n° 10.826/03), comércio ilegal de armas de fogo (art. 17 da Lei nº 10.826/03), organização criminosa transnacional (art. 2, § 4°, inciso V da Lei nº 12.850/13), lavagem de capital (art. 1 da Lei nº 9.613/98) e evasão de divisas (art. 22 da Lei nº 7.492/86).