PF investiga se homem preso com R$ 150 mil em espécie tem ligação com atos antidemocráticos
Suspeito foi flagrado com dinheiro vivo e mais de 70 camisetas com o slogan "Deus, Pátria, Família" na BR-163
A Polícia Federal iniciou uma investigação para apurar se o garimpo ilegal está por trás do financiamento de atos antidemocráticos no Pará. A suspeita se deu após um garimpeiro ter sido detido pela Polícia Rodoviária Federal nessa terça-feira (15) na rodovia BR 163, na altura do quilômetro 650, em Itaituba (PA).
O homem foi parado porque estava andando pelo acostamento a bordo de um automóvel com um volume de bagagem suspeito. A partir daí, os agentes iniciaram o procedimento de fiscalização -- e encontraram uma mala com R$ 150 mil em espécie em cédulas de R$ 100 e R$ 50, e 78 camisetas verde e amarela com a inscrição "Deus, Pátria, Família" e o logo "Rota do Ouro".
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"Tal material levantou a suspeita da equipe de que este poderia ser usado quando da realização de novos bloqueios nas estradas do Pará como forma de patrocínio de ações delituosas de bloqueio de rodovias no Estado", diz o registro de ocorrência feito pelos agentes da PRF obtido pelo GLOBO.
"Tendo em vista que a região onde foi feita a abordagem há um grande número de garimpos irregulares, foi decidido encaminhar o [alvo] e a quantia apreendida para o Posto de Polícia Federal em Itaituba/PA, para que fossem adotadas as medidas cabíveis", prossegue o texto.
Na noite dessa terça-feira, a PRF nacional divulgou uma nota sobre a detenção do homem com os R$ 150 mil em espécie na BR-163 - mas omitiu a informação sobre as camisetas. "O homem foi encaminhado junto a quantia de dinheiro ao posto avançado da Polícia Federal (PF) em Itaituba (PA), para que sejam realizados os procedimentos cabíveis e demais investigações", diz o comunicado da corporação.
Conforme o relato dos policias rodoviários, o homem relatou que a quantia de dinheiro tinha origem na "transação de venda de ouro e que o valor seria destinado a pagamento de empregados de um garimpo de sua propriedade". O alvo, no entanto, afirmou não ter nenhuma documentação sobre o negócio.