Pfizer-BioNTech anuncia acordo com o COI para vacinar os atletas dos Jogos de Tóquio
Enquanto a organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio ainda preocupa a população japonesa, os laboratórios Pfizer e BioNTech anunciaram nesta quinta-feira (6) que alcançaram um acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para fornecer vacinas contra a covid-19 aos atletas e membros das delegações participantes do evento.
As empresas anunciaram que devem estabelecer uma "coordenação com os comitês olímpicos nacionais em todo o mundo" e as primeiras entregas de vacinas começarão no fim de maio.
O COI sempre descartou a obrigatoriedade da vacinação para os Jogos de Tóquio (23 de julho a 8 de agosto), assim como solicitar uma prioridade para os atletas, o que seria difícil de justificar do ponto de vista ético, mas estimula há vários meses que os participantes tomem a vacina.
Em um comunicado, os dois laboratórios destacaram que o objetivo do memorando de entendimento assinado pelo COI é que "as delegações participantes recebam a segunda dose antes de desembarcar" na capital japonesa.
Estas doses se uniriam às entregas já previstas como parte dos pedidos feitos pelos governos nacionais ou à iniciativa internacional Covax.
"Nossa vacina está disponível em apenas 91 países e 200 nações participam dos Jogos", então "o COI queria ter certeza de que todas as delegações teriam acesso a ela", disse o chefe da Pfizer, Albert Bourla, à AFP.
"É um esforço logístico oferecer doses a todos os participantes que desejam (...) Vamos falar em cada país com o Comitê Olímpico nacional e com o governo, nada pode ser feito sem a aprovação das autoridades", afirmou.
No comunicado, o presidente do COI, Thomas Bach, afirma que a distribuição de vacinas é "outro instrumento na caixa de ferramentas de medidas que ajudarão a tornar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020 em um evento seguro para todos os participantes".
Os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados por um ano devido à pandemia, devem receber quase 11.000 atletas - um número considerável deles já recebeu ao menos uma dose de uma das vacinas contra a covid-19.
O acordo com a Pfizer-BioNTech servirá para vacinar milhares de atletas, mas também os integrantes das delegações. "Ao aceitar a vacina, (os atletas e membros das delegações) podem enviar uma mensagem poderosa, que não é apenas a sua saúde pessoal que está em jogo, mas também a solidariedade e o bem-estar dos outros", insiste Thomas Bach no comunicado.
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O COI, com sede em Lausanne (Suíça), promete há vários meses entregar Jogos "seguros", mesmo sem a vacinação generalizada. A entidade insistiu recentemente sobre os "340 grandes eventos esportivos" que reuniram "mais de 41.000 atletas" apesar da pandemia, graças a uma bateria de precauções.
Mas o acordo anunciado nesta quinta-feira representa um elemento fundamental para os Jogos, pois a região de Tóquio e outros departamentos japoneses estão em situação de emergência devido ao aumento do número de casos de covid-19, o que provoca uma dúvida persistente sobre o evento.
Em 11 de março, o COI havia anunciado que compraria da China suas "doses adicionais de vacinas", em uma primeira tentativa de acelerar os esforços para proteger os participantes, mas as quantidades não foram especificadas, nem o calendário.
A Pfizer fez sua proposta ao primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, no mês passado, segundo o ministro japonês para os Jogos Olímpicos, Tamayo Marukawa.
"Como governo, recebemos (este acordo) de forma positiva e queremos adotar rapidamente medidas com as entidades interessadas para concretizá-lo", afirmou.