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Pandemia

Pfizer propõe 3ª dose em meio à propagação mundial da variante Delta

As autoridades americanas disseram que ainda estão avaliando a necessidade de um reforço contra a variante Delta

Frasco da vacina Pfizer/BioNTechFrasco da vacina Pfizer/BioNTech - Foto: Hélia Scheppa/SEI

Pfizer e BioNTech anunciaram, na quinta-feira (8), que buscarão autorização para uma terceira dose de sua vacina contra a Covid-19 para reforçar sua eficácia, no momento em que a variante Delta causa surtos devastadores na África e na Ásia, e aumentam os casos na Europa e nos Estados Unidos.
 
Em meio ao novo impulso da pandemia, o governo japonês anunciou que os Jogos Olímpicos de Tóquio vão acontecer sem público nos estádios. O estado de emergência decretado ficará em vigor ao longo de todo evento.
 
Este anúncio foi feito quando a chama olímpica chegava à capital japonesa para uma cerimônia em um estádio vazio, a duas semanas da festa de abertura de uma Olimpíada totalmente transformada pela pandemia.
 
A variante Delta está causando uma aceleração da pandemia, que já registra mais de quatro milhões de mortos, segundo balanço da AFP com base em dados oficiais.
 
Isso levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a advertir que o mundo se encontra "em um ponto perigoso".
 
Terceira dose
A Pfizer e a BioNTech disseram que uma terceira dose terá um bom desempenho contra a variante Delta e que vão solicitar, em breve, sua autorização nos Estados Unidos, na Europa e em outras regiões.
 
Dados de um teste em andamento mostraram que uma terceira dose aumenta os níveis de anticorpos de cinco a dez vezes mais contra a cepa original do coronavírus e a variante Beta, encontrada pela primeira vez na África do Sul, em comparação com as duas primeiras doses, de acordo com um comunicado de ambos os laboratórios.
 
As empresas afirmam ainda que a dose de reforço agirá de maneira similar contra a variante Delta, mas que também desenvolverão uma vacina específica contra essa cepa, que surgiu na Índia e é mais contagiosa.


As autoridades americanas disseram que ainda estão avaliando a necessidade de um reforço.
 
"Os americanos que foram completamente vacinados não precisam de um reforço neste momento", afirmaram as agências de saúde. "Estamos preparados para doses de reforço desde que a ciência demonstre que são necessárias".
 
Já a União Europeia disse estar "preparada", caso seja necessário aplicar uma terceira dose da vacina da Pfizer/BioNtech na população do bloco, como propõem os fabricantes, afirmou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, nesta sexta-feira.
 
"Estamos preparados, caso isso seja necessário, tanto no nível europeu, como em termos de estratégia europeia" de compra comum e de distribuição de vacinas, reforçou a comissária em entrevista coletiva em Madri, ao lado da ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias.
 
"Estamos trabalhando nisso de maneira contínua, mas a decisão sobre como vamos avançar dependerá da ciência", esclareceu a comissária Kyriakides.
 
Número de mortos recua
Quase 16 meses depois de uma pandemia que arrasou o mundo inteiro, o total de casos de Covid-19 passa de 185 milhões, conforme balanços oficiais. Para a OMS, no entanto, este número pode se muito maior.
 
A média diária de óbitos na última semana foi de 7.870 e continua recuando, pouco a pouco - um número distante das 13.700 mortes por dia registradas no final de abril e início de maio.
 
Já o número de casos está subindo, após quase dois meses de queda (405.000 na média diária, +9% intersemanal), com surtos em países como Reino Unido, Indonésia e Rússia, atingidos em cheio pela variante Delta.
 
A situação sanitária também se agrava na África, que "acaba de viver a semana mais desastrosa da história das pandemias", segundo a diretora regional da OMS para este continente, Matshidiso Moeti.
 
"Mas o pior está por vir, pois a terceira onda não para de se expandir de maneira acelerada e ganha terreno", alertou. 
 
Boates na França 
A incursão da variante Delta faz com que as autoridades de muitos países da União Europeia reconsiderem o levantamento das restrições aplicadas graças ao avanço da vacinação. 
 
Assim, a França recomendou aos seus cidadãos que não viajem para Portugal e Espanha neste verão boreal (inverno no Brasil), onde esta cepa está fazendo disparar as taxas de infecção entre a população jovem não vacinada.
 
O governo francês, porém, decidiu reabrir suas boates nesta sexta após cerca de 16 meses de fechamento, embora as autoridades tenham alertado que continuarão atentas a um eventual aumento de casos da Covid-19 no país.
 
Embora a reabertura ofereça um alívio para os proprietários, a capacidade será limitada a 75% e será necessário um comprovante de vacinação ou um teste negativo recente para entrar.
 
O uso de máscara também será recomendado, mas não obrigatório. "É um alívio poder abrir, mesmo que não seja 100%", disse Martin Munier, gerente da boate Sacré no centro de Paris, à AFP.
 
Na América Latina e no Caribe, a região do mundo com o maior número de mortes pelo vírus, com quase 1,3 milhão de vítimas fatais, os esforços continuam para acelerar a imunização. 
 
De acordo com contagem da AFP, 43 em cada 100 pessoas no mundo receberam pelo menos uma dose contra a Covid-19, mas há grandes disparidades entre continentes como África (3,84), ou Europa (71).

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