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BRASÍLIA

PGR pede para PF esclarecer 'grau de envolvimento' de deputado em atos golpistas

Após relatório apontar que General Girão cometeu 'crimes', Paulo Gonet quer continuidade das investigações

Atos golpistas em 8 de janeiroAtos golpistas em 8 de janeiro - Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que a Polícia Federal (PF) continue investigando o suposto envolvimento do deputado federal General Girão (PL-RN) nos atos golpistas do 8 de janeiro. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, quer um esclarecimento sobre o "grau de envolvimento" de Girão nos fatos investigados.

Em outubro do ano passado, a PF afirmou, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que Girão cometeu "crimes" ao estimular seus apoiadores a pedir uma intervenção das Forças Armadas. Essa incitação teria ocorrido por meio de declarações do deputado questionando o sistema eleitoral e a atuação do Poder Judiciário.

Ao citar militares, estava falando de forma genérica, "nos limites da Constituição".

O relatório da PF dizia que há "suficientes elementos para formação de convicção acerca da existência dos crimes e da possibilidade de responsabilização do representado por seu cometimento".

O documento foi enviado à PGR para manifestação. Em parecer apresentado na segunda-feira, Gonet solicitou mais diligências. O procurador-geral quer que a PF "identifique e analise a noticiada atividade recente do investigado nas redes sociais em publicações de conteúdo antidemocrático, no contexto do 8.1.2023, apontando, inclusive, as datas das referidas postagens".

Em dezembro de 2022, o deputado discursou para manifestantes que estavam em frente a um batalhão do Exército em Natal (RN). Na ocasião, ele afirmou que "o Estado brasileiro entrega aos militares o direito de usar a violência em seu nome para a defesa do Estado brasileiro".

A PF considerou que ele reconheceu como "legítimo o movimento que contestava o resultado da eleição e pedia intervenção das Forças Armadas" e estimulou as pessoas a "permanecer concentradas em frente aos quartéis pressionando por essa intervenção".

Em depoimento, Girão afirmou que sua passagem no local foi "ocasional" e que só falou após ser reconhecido pelos presentes. O parlamentar disse que, em sua fala sobre militares, "estava se referindo a um direito genérico de utilização da violência, nos limites postos na Constituição Federal". O deputado ainda alegou que "não teve envolvimento ou conhecimento prévio sobre os atos violentos e criminosos ocorridos".

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