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GUERRA NA UCRÂNIA

Pianista russo contrário à Guerra na Ucrânia morre na prisão após greve de fome

Segundo imprensa internacional, Pavel Kushnir estava numa prisão no extremo leste do país sob justificativa de incitar terrorismo

Pavel Kushnir Pavel Kushnir  - Foto: Divulgação/Sverdlovsk Regional Local History Museum

O pianista russo e ativista anti-guerra na Ucrânia Pavel Kushnir morreu na prisão após entrar em greve de fome, de acordo com informações de mãe dele, publicadas por agências de notícias internacionais. A União Europeia chamou o caso de "chocante repressão política".

Quem primeiro noticiou a morte do artista, na última sexta-feira (2), foi um site de notícias russo. O veículo independente Mediazona confirmou o fato na segunda-feira (5) com a mãe dele, Irina Levina.

Ela disse que um investigador da FSB (Serviço Federal de Segurança da Rússia) lhe contou que Pavel Kushnir morreu em 28 de julho, numa prisão em Birobidzhan, no extremo leste do país, perto da China. Ela não soube dizer por quanto tempo ele fez greve de fome. Até foi informada que Kushnir recebeu atendimento médico, mas "não foi suficiente".

 

Ele havia sido preso em maio, de acordo com um canal do Telegram com ligações aos serviços de segurança da Rússia, sob a justificativa de incitar atividades terroristas após postar material anti-guerra em redes sociais. Segundo o veículo russo Vot Tak, em novembro de 2022, ele publicou quatro vídeos em um canal do YouTube em que criticava o Kremlin e a invasão da Ucrânia.

Reação da UE
Num post no X, o porta-voz de assuntos externos da UE, Peter Stano, disse que a morte do pianista é um "lembrete chocante da repressão contínua do Kremlin" e insistiu que a Rússia deve "respeitar sua Constituição, libertar todos os prisioneiros e parar a repressão contra os manifestantes anti-guerra".

Uma política independente da Sibéria, Svetlana Kaverzina, disse que as pessoas não ficaram sabendo do caso de Kushnir, por isso ele não recebeu apoio.

"Não pudemos contribuir e enviar-lhe um advogado, pois não sabíamos. Não escrevemos cartas de apoio. Não o dissuadimos de se sacrificar. Ele estava sozinho," ela escreveu no Telegram.

A Rússia libertou oito dissidentes de prisões na última semana, entre eles o ex-fuzileiro naval americano Paul Whelan e os jornalistas Evan Gershkovich e Alsu Kurmasheva. Este movimento foi considerado a maior troca de prisioneiros com o Ocidente desde a Guerra Fria.

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