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País de Gales

Picacismo: mãe descobre distúrbio raro em menina de 3 anos, que comeu móveis, vidro e gesso

Wynter foi diagnosticada com condição que leva pessoas a desejarem coisas que não sejam alimentos

Mãe relatou como é ter filha com condição que a fez comer móveis Mãe relatou como é ter filha com condição que a fez comer móveis  - Foto: Reprodução

Stacey A'Hearne, 25 anos, é mãe de duas crianças, uma delas, Wynter, foi diagnosticada com um distúrbio raro, que a faz querer comer pedaços da casa onde moram, em Blackwood, País de Gales. A condição, chamada de Picacismo, leva pessoas a comerem objetos que não sejam alimentos e sem qualquer valor nutricional, como paredes, sofás e até vidro.

A todo o tempo, Stacey precisa monitorar Wynter, para impedi-la de mastigar itens potencialmente perigosos pela casa. O distúrbio alimentar incomum desperta nos pacientes o desejo por objetos domésticos não comestíveis. Segundo a mãe, a criança já foi flagrada quebrando uma moldura de foto para tentar comer cacos de vidro e já tirou pedaços de um sofá novo.

— Ela está literalmente comendo a casa inteira — disse Stacey a imprensa britânica. — Comprei um sofá novo e ela arrancou pedaços dele. Ela é muito exigente com a comida normal, mas come uma esponja.

Stacey, que cuida da filha em tempo integral, percebeu pela primeira vez os hábitos alimentares incomuns de Wynter quando ela era bebê, mas na época não deu importância. No entanto, desde que a menina, que também apresenta um quadro de autismo, se tornou não-verbal, os desejos por objetos diferentes começaram a aparecer com mais frequência. Stacey pegou Wynter comendo gesso das paredes, espuma de estofado e roendo a lateral de uma cadeira alta. A menina também começou a acordar durante a noite para mastigar o berço e o cobertor.

— Ela quebrou cerca de oito porta-retratos e tentou comer o vidro. Não importa o que aconteça, ela encontra uma maneira de comer coisas que não deveria — disse Stacey. — Felizmente, ela nunca se machucou de verdade, pois eu a monitoro de perto. Mas é um trabalho de tempo integral.
 

Stacey procurou assistência e recebeu alguns encaminhamentos médicos, que diagnosticaram Wynter com o transtorno alimentar.

— Os bebês sempre colocam coisas na boca, mas, quando ela fazia muito isso, comecei a pensar que não era normal. Os médicos disseram que não há muito que possamos fazer. Não é bom para ela, mas não é extremamente perigoso, desde que não seja de vidro — dise a mãe. — Eu comprei um colar mastigável para ela, projetado especificamente para pessoas com Picacismo, que ela pode mastigar diferentes texturas sem riscos.

O que é Picacismo?
Pica, Picacismo ou Alotriofagia são nomes do mesmo transtorno alimentar, definido pelo desejo e hábito de mastigar coisas que não sejam alimentos nem tenho valor nutricional. Como todos os transtornos alimentares, o picacismo também é uma disfunção de saúde mental que afeta o comportamento de uma pessoa em relação aos hábitos alimentares, causando sofrimento e até outros problemas de saúde agregados, e que necessita de tratamento psiquiátrico.

O transtorno pode ocorrer em crianças, adolescentes e adultos e também pode manifestar-se na gestação. Ela também pode estar presente em casos de Autismo e Esquizofrenia. Embora algumas deficiências de vitaminas e minerais, como zinco e ferro, tenham sido descritas em alguns casos, nenhuma outra anormalidade costuma ser encontrada.

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