Pika, de 20 cm, entra para a lista de animais ameaçados de extinção
Bicho, que vive solitário em regiões montanhosas, foi descoberto apenas na década de 1980 na China
Nas áreas montanhosas no noroeste da China, vive um pequeno animal, sem rabo e com aparência amigável. Chamado de Pika, o bichinho de apenas 20 centímetros, descoberto por pesquisadores em 1983, entrou para a lista de espécies ameaçadas de extinção.
O cientista Weidong Li, na época pesquisador do Instituto de Ecologia e Geografia Xinjiang, na China, foi o primeiro a se deparar com o pika em seu habitat natural. Ele foi enviado, em um grupo com outros profissionais, para a região, com o objetivo de estudar doenças infecciosas e recursos naturais.
O mamífero foi visto pela primeira vez quando estava saindo de uma fenda na rocha onde estava Li. O pesquisador, então, coletou um dos animais para análise na Academia Chinesa de Ciências, pois acreditava se tratar de uma nova espécie.
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"Eles o encontraram escondido atrás de uma rocha e perceberam que haviam encontrado o pika", disse Tatsuya Shin, um naturalista na China que trabalhou com os descobridores do animal, em entrevista para o National Geographic.
O Pika-de-Ili (Ochotona iliensis), descoberto por Weidong Li, vive a uma altitude entre 2.800 metros e 4.100 metros nas montanhas Tian Shan, um grande sistema de cordilheiras da Ásia Central, na região fronteiriça entre o Cazaquistão, Quirguistão e a Região Autónoma Uigur de Xinjiang na China. O pequeno mamífero se alimenta de vegetação e foi avistado sempre solitário, nunca em grupos ou em pares.
Após o primeiro encontro com pesquisadores, o Pika-de-Ili se tornou um alvo ainda mais difícil de encontrar. Foi apenas em 2014, 30 anos depois, durante uma expedição à Tian Shan, que Weidong Li conseguiu registrar fotos do animal.
O risco de extinção
A dificuldade em encontrar o animal não vem apenas de seus hábitos solitários. A espécie é extremamente sensível às mudanças em seu ambiente natural. Portanto, diante das mudanças climáticas, de alterações causadas pela agropecuária e da presença cada vez maior de pessoas em seu habitat, as populações do pika passam a ser afetadas negativamente.
Na década de 1990, a estimativa era de que havia cerca de dois mil indivíduos da espécie no planeta. Atualmente, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, acredita-se que essa população venha diminuindo exponencialmente, levando a ser considerada uma espécie ameaçada de extinção na China.