Pintura de uma das maiores artistas do Renascimento italiano é descoberta na França
A descoberta ocorreu no museu da Chartreuse, na cidade de Douai, no norte da França
Um museu do norte da França revelou nesta sexta-feira (21) uma pintura de Lavinia Fontana, uma das artistas mais importantes do Renascimento italiano, que havia permanecido armazenada em seus depósitos e sido erroneamente atribuída a um pintor flamengo.
"Retrato de um cavalheiro, sua filha e uma criada", um óleo sobre tela com tons escuros, retrata uma família burguesa.
A pintura mostra um pai, vestido de preto, sentado em uma poltrona, enquanto a filha lhe oferece algumas flores. Ao fundo, uma criada deixa uma cesta de frutas ao seu lado.
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A descoberta ocorreu no museu da Chartreuse, na cidade de Douai, no norte da França, graças a um programa de estudo e restauração de sua coleção de pinturas italianas, lançado no ano passado com o apoio de um comitê científico composto por especialistas.
Entre eles estava Philippe Costamagna, curador dos museus Fragonard e especialista em arte florentina e romana, que identificou a obra nos depósitos do museu.
"Me dizem 'é um quadro nórdico', eu digo 'não, é um quadro italiano, de espírito bolonhês do início ao fim. Tudo aponta para isso: a menininha com as florzinhas, as pinceladas grossas no pescoço, na manga (...)'", contou à AFP.
A pintura, até então atribuída ao pintor flamengo do Renascimento Pieter Pourbus (1523–1584), foi finalmente reconhecida como obra de Lavinia Fontana.
"O quadro está em um estado formidável, não foi mal restaurado no passado, por isso não está desconfigurado. A restauração vai torná-lo ainda mais magnífico", garantiu Costamagna.
A tela, de formato quase quadrado, foi legada ao museu de Douai em 1857. Antes de ser incorporada à coleção permanente, será necessário um processo de restauração, destacou o museu.
Lavinia Fontana, nascida em Bolonha em 1552 e falecida em Roma em 1614, cresceu em um ambiente erudito e aprendeu pintura com o pai, o maneirista Prospero Fontana.
Principalmente reconhecida por seus retratos, também realizou grandes retábulos, pinturas devocionais e raras cenas mitológicas. Recebeu encomendas dos papas Gregório XIII e Clemente VIII e foi a primeira mulher pintora eleita para a Academia de São Lucas, detalhou o museu francês.